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sábado, 17 de maio de 2025

Eu Sou a Ressurreição e a Vida.

 

João 11.21-26 – “Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.  Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus te concederá. Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca irá morrer. Crês tu isto?”.

Introdução

1.Jesus fez a declaração “Eu sou a ressurreição e a vida” no contexto dos acontecimentos da doença, morte, sepultamento e ressurreição de Lázaro.

2.Durante o ministério do Senhor Jesus aqui na Terra, diversas vezes Ele foi chamado para curar os enfermos, ou libertar os endemoninhados, como ocorreu com Jairo, que foi chamar a Jesus para curar a sua filha (Mt 9.18; Mc 5.22,23; Lc 8.41,42); o centurião romano, que intercedeu pelo seu servo (Mt 8.5,6; Lc 7.1-3); a mulher cananeia, que intercedeu por sua filha que estava endemoninhada (Mt 15.21,22; Mc 7.24,25); e tantos outros...

3.Ninguém jamais, diante do fato da morte, fez tal declaração: “Eu sou a ressureição e a vida”. Ou seja, só Jesus bateu de frente com a morte e a derrotou, inclusive ao ressuscitar dos mortos.

4.Morte na Bíblia sempre tem o sentido de separação – Nunca de aniquilamento, destruição, eliminação plena, seja em relação à queda (refiro-me ao extremo no ensino da depravação total, de Agostinho, de João Calvino, extinguindo no homem a capacidade de decidir e fazer escolhas), seja no destino dos mortos ímpios (no aniquilacionismo, extinção do espírito e alma), como punição divina contra o pecado na condenação final.

Todo aquele que ouvir atentamente, com sede de Deus (Jo 7.37; Rm 10.16-17; Ap 3.20;22.17), a pregação da Palavra, pode ser convencimento pelo Espírito ao arrependimento (Jo 16.8-11; Mc 1.15) e salvo pela graça, mediante a fé (Jo 3.16; Ef 2.8).

Nota 1 - morte sim, como consequência da queda, será aniquilada (vencida, derrotada), bem como aquele que detinha o império da morte (I Co 15.26; 52-58; Hb 2.14).

I – A Morte: Uma realidade comum a todos os homens.

1.A morte é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26). Ela entrou no mundo como uma consequência do pecado (Gn 2.16,17; 3.19; Rm 5.12; 6.23). Todos nós estamos sujeitos a morte física (Hb 9.27).

2.Há exceções, nem todos hão de experimentá-la, como ocorreu com Enoque e Elias (Gn 5.22-24; Hb 11.5; 2Rs 2.11); e em breve com os salvos, por ocasião do Arrebatamento (I Co 15.51; I Ts 4.16,17).

3.Lázaro, amigo de Jesus (Jo 11.3b,36) irmão de Marta e Maria, toda a família (Jo 11.3-5), embora fosse amada por Jesus não estava isenta do fenômeno morte. Lázaro experimentou tristeza, aflição, enfermidade e a morte.

4.“Esta enfermidade não é para morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (Jo 11.4). Isso ocorreu também com o cego de nascença (Jo 9.2-3). 

Nem toda enfermidade é uma consequência direta do pecado e nem toda ela resultará em morte, mas, para que o Nome do Senhor seja glorificado, quer seja através de uma cura ou mesmo de uma ressurreição.

Quando Jesus chegou em Betânia, tanto Marta como Maria disseram: “Se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (Jo 11.21,32). Acreditavam que Jesus era poderoso para curar. O que elas não imaginavam, era que Jesus iria ressuscitar o seu amigo Lázaro, mesmo depois de haver sido sepultado há quatro dias (Jo 11.39).

Nota 2 - Segundo algumas fontes, havia uma crença entre os judeus de que até o terceiro dia a alma pairava perto do corpo, para que não se cogitasse uma explicação natural, Jesus só o ressuscitou no quarto dia, já o corpo em estado de putrefação.

A declaração de Jesus – Eu Sou a ressurreição e a vida – Dois fatos extraordinários.

a) Primeiro, Jesus revela seu poder soberano sobre a vida e a morte.  Ao declarar-se como sendo a ressurreição, Ele afirma que é a fonte de vida, tanto física como espiritual.

b) Segundo, Jesus faz promessas quando diz: ‘Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá’. A quem são feitas essas promessas senão ‘a aquele que vive e crê em mim’, ou seja, aquele que crê em Jesus recebe vida física e spiritual”.

c) Então, para quem crê em Jesus, a morte física não é um fim trágico. É, pelo contrário, a admissão à vida eterna e abundante na presença de Deus. Significa que o crente terá um corpo imortal e incorruptível (1Co 15.42-24), que não poderá morrer, nem se deteriorar (Rm 8.10; II Co 4.16).

5. Jesus chorou – É relevante destacar, o verbo ‘chorou’ (do grego dakruo):

a) Indica que, a princípio Jesus derramou lágrimas e depois pranteou em silêncio. E é consolador ver Jesus, o Filho de Deus, vivenciar a dor e o sofrimento daqueles que esperam nele.

b) Ao mesmo tempo, as lágrimas revelavam sensibilidade, compaixão e a humanidade de Jesus.  A sua humanidade não era fictícia.

c) Suas lágrimas também foram causadas pela tristeza pelos danos causados pelo pecado e pela morte” (Pearlman, 2006, p. 139).

6.A oração de Jesus - Depois de ordenar que tirassem a pedra do sepulcro, Jesus levantou os olhos para o céu e orou, dizendo: “Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me enviaste” (Jo 11.41,42).

Não foi uma petição, e sim, ação de graças pela petição respondida. A oração proferida em público deu aos presentes a oportunidade de averiguar se Jesus era um impostor a ser rejeitado ou o Messias a ser aceito e adorado (Pearlman, 2006, p. 137).

O milagre da ressurreição de Lázaro selou, atestou a afirmação de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Foi uma demonstração daquilo que Deus fará com todos os crentes que morreram, pois eles, também, ressuscitarão dentre os mortos (Jo 14.3; I Ts 4.13-18). E temos o penhor da própria ressurreição de Cristo (I Co 15.12-20).

III – Definição de Ressurreição – Tipos e exemplos bíblicos.

1. Enquanto a morte é a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), a ressurreição é o retorno da alma e espírito ao corpo físico. “Do latim ressurectio” - significa volta miraculosa à vida.

Nota 3 – O milagre está propriamente na ressureição do corpo do salvo em Cristo. Coloca por terra a crença na reencarnação de voltar à vida em outro corpo, sendo outra pessoa ou até um animal. Na teologia bíblica o corpo faz parte da identidade e personalidade do indivíduo cristão ou não. Alma e espírito são imortais. E podem sofrer condenação divina (Mt 10.28). Porém, só Deus é eterno. 

2.Nas Sagradas Escrituras, a ressurreição pode ser encarada de duas maneiras distintas:

a) No primeiro caso, a ressurreição funciona como um milagre, cujo objetivo é glorificar a Deus e levar os pecadores ao arrependimento (Jo 11.45).

Nota 4 - Os fariseus formaram conselho para matar Jesus, temendo perder os cargos religiosos e civis (Jo 11.47-48). E também a Lázaro, porque muitos judeus por causa dele, criam em Jesus (Jo 12.10-11).

b) “No segundo, a ressurreição é geral e marcará o início do processo que culminará na retribuição eterna (Ap 20.11-15)”.  

c) A Declaração de Fé das Assembleias de Deus, conceitua a ressurreição do seguinte modo: “Ressurreição significa levantar dentre os mortos, voltar a viver no mesmo corpo. A Doutrina da Ressurreição dos mortos é uma verdade bíblica cristalina, ensinada na Lei de Moisés (Mc 1.12.26); nos profetas (Is 26.19; Dn 12.2); e com abundância de detalhes no Novo Testamento (I Ts 4.14; Rm 8.11; Fp 3.20,21; Jo 14.19; 5.28,29; At 24.15)”.

A Bíblia menciona dois tipos de ressurreição: Temporária e a Definitiva:

a) A Ressurreição Temporária - Trata-se dos milagres de ressurreição operados por Deus, tanto no AT como no NT, onde algumas pessoas tornaram a viver, mas, depois morreram novamente, como ocorreu com o filho da viúva de Sarepta, que Deus ressuscitou por meio do profeta Elias (1Rs 17.21,22); o filho da sunamita, que o Senhor ressuscitou, através do profeta Eliseu (2Rs 4.32-36); o homem que reviveu quando tocou nos ossos do profeta Eliseu (2Rs 13.21); a filha de Jairo (Mt 9.24,25); o filho da viúva de Naim (Lc 7.14,15); Lázaro, irmão de Marta e Maria (Jo 11.43,344) que Jesus ressuscitou; Dorcas, que ressuscitou após a oração de Pedro (At 9.40,41); e, Êutico, que reviveu, após a oração de Paulo (At 20.9-12). Todas essas pessoas tornaram a morrer posteriormente, e aguardam a ressurreição definitiva, que ocorrerá no futuro.

b) A Ressurreição Definitiva - É a restauração à vida em corpo incorruptível, onde a pessoa não estará mais sujeita à morte física (I Co 15.53,54).

As ressurreições ocorrerão em duas etapas, ou momentos:

a) A primeira ressurreição, dos justos (Ap 20.5-6).

b) E a segunda ressurreição, dos ímpios (Ap 20.11-15).

O Pr. Ciro Sanches Zibordi, escreve na obra Teologia Sistemática Pentecostal: “Segundo a Palavra de Deus, as ressurreições de salvos e perdidos ocorrerão em ocasiões distintas, embora sejam mencionadas juntamente em algumas passagens (Dn 12.; Jo 5.28,29). Apocalipse 20.4-6 é suficientemente claro acerca dessas duas ressurreições, separadas por espaço de mil anos.

a) A segunda ressurreição é a da condenação (Jo 5.29b) e ocorrerá depois do milênio e antes do Juízo final.

b) Os mortos que não reviveram até que os mil anos se acabaram (Ap 20.5) ressuscitarão para o julgamento do Trono Branco:

“E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras (Ap 20.13)”.

CONCLUSÃO

1.A ressurreição de Lázaro é um dos milagres mais extraordinários da Bíblia. Serviu para atestar a autoridade de Jesus sobre a morte e ser Ele o Filho de Deus.

2.Lázaro já havia sido sepultado há quatro dias, mas ouviu a voz de Jesus, dizendo: “Lázaro, vem para fora” imediatamente ele reviveu. Semelhantemente, ocorrerá com os salvos que dormem no Senhor, na ocasião do Arrebatamento.

João 5.28-29 – “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação”.

3.Vimos que há diferença entre morrer e tornar a viver em relação à ressurreição como passaporte para a vida na dimensão eterna. Os salvos terão corpos imortais. É promessa do Deus Eterno. Amém!

Fontes da pesquisa:

Bíblia sagrada.

Lição EBD/CPAD – 2º trimestre de 2025.

Lições RBC1 - EBD/ADPE. 

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 17/05/2025.

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