Pesquisar

domingo, 31 de outubro de 2021

O agir do Espírito Santo versus a atuação demoníaca

 

Quem é o diabo? Era um querubim ungido (Ez 28.12-15), criado perfeito, formoso e cheio de sabedoria, estava no Jardim de Deus, andava no meio das pedras afogueadas, até que se achou iniquidade nele. Em Ap 12.7-9, é identificado como a antiga serpente, o diabo e Satanás, enganador de todo o mundo. Segundo Is 14.12-15, o seu pecado foi se orgulhar, exaltar o seu trono e pensou em ser semelhante ao Altíssimo e por essa razão foi expulso do seu lugar. Por enquanto, habita nos lugares celestiais com seus principados e potestades, hostes espirituais da maldade (Ef 6.12). Foi ele quem tentou a Jesus, quando impelido ao deserto pelo Espírito e lá esteve por 40 dias (Lc 4.1-13).  O seu caráter corrompido é contrário à verdade, homicida, mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44). A sua agenda, por analogia de um ladrão, é matar, roubar e destruir (Jo 10.10). Ele anda em derredor dos homens, como um leão, buscando a quem possa tragar (I Pd 5.8). Ele é o principal dos demônios (Mt 12.24). A ele não se deve dá lugar (Ef 4.27). Deve-se a ele resisti e fugirá de nós (Tg 4.7).

Quem são os demônios? Segundo Ap 12.7-9, o diabo, figurado no dragão e seus anjos, pelejaram contra Miguel numa batalha no céu e foram derrotados e não mais se achou o seu lugar no céu, e de lá foram precipitados, ele e seus anjos (demônios, espíritos malignos). No ministério terreno de Jesus era frequente serem expulsos de pessoas possessas (Lc 8.27-28), e sabiam (Mt 8.29) que chegaria o dia de serem lançados no lago de fogo, segundo Ap 20.10. Eles têm inteligência superior aos homens e distinguem quem age em nome de Deus, ou não (At 19.13-16).

Jesus veio, entre outros fins, para salvar e libertar os oprimidos do maligno (Lc 4.18-19; Mt 11.28; 17.18; At 10.38).

O que é opressão demoníaca? É a presença de demônios em determinados ambientes e sua influência direta e indireta sobre as pessoas e de alguma forma, causando aflições, desassossego e sofrimentos (Lc 4.18-19; At 10.38). As áreas mais afetadas são: Moral, física, material e espiritual. E ocorre de fora para dentro do ser.

O que é possessão demoníaca? A possessão é a presença, incorporação de um ou mais demônios dentro da pessoa (Mc 5.9-13). A possessão ocorre de dentro para fora. É sinal de que o diabo alcançou grande domínio sobre a vida do indivíduo. E passa a controlar suas ações, reações, emoções, a mente, etc... Pode, inclusive, manter a pessoa enferma, além de ausência de paz.

1. O Espírito Santo é Deus, Onipotente, Onisciente e Onipresente. Os demônios são seres espirituais caídos, fora do plano de Deus. São limitados em ação e poder. O Espírito Santo considera a individualidade humana e não usurpa a sua personalidade (Ap 3.20). Os demônios procuram se impor sobre aqueles que dão lugar a eles, usurpando, violentando a liberdade do ser, uma vez que são opressores.   

2. O Espírito Santo sabe que devemos ter o controle de nossas vidas e sejamos responsáveis por nossas ações. Os demônios querem o controle total. Eles frequentemente levam pessoas ao estado de confusão e de inconsciência, para delas dispor como desejarem (Mt 17.14-18).

3. O Espírito Santo é gentil. Opera, atua no ser humano delicadamente, ao ponto de, muitas vezes, não se distinguir as atitudes e ações, se vem da pessoa ou o Espírito Santo (Lc 11.13). Os demônios são rudes, grosseiros. É possível perceber a diferença entre o espírito maligno e a pessoa possuída. O demônio é sempre uma entidade separada da mente consciente da pessoa.

4. O Espírito Santo é puro. Com ele em nós, vencemos o pecado (Gl 5.16). Os demônios são imundos (Mt 8.31), totalmente corruptos. Eles levam o endemoniado cada vez mais a afundar no pecado e toda espécie de impureza, tanto física, como espiritual (Lc 11.24-26).

5. O Espírito Santo sempre exalta e glorifica a Jesus (Jo 16.13-14). Os demônios odeiam e não suportam o nome de Jesus (Mc 16.17-18). Eles glorificam o ego da pessoa em quem estão habitando, levando-a práticas carnais, contrariando os ensinamentos de Jesus.

6. O Espírito Santo nunca esvazia a nossa mente. Pelo contrário, Ele coloca pensamentos santos, bíblicos, guindo-nos em toda a verdade (Jo 14.16-17;16.13). Os demônios têm dificuldades em prevalecer sobre a mente ativa e forte. Por isso, frequentemente procuram esvaziar a mente da pessoa, tomando-a passiva e assim ter o controle sobre ela. As meditações orientais e ocultistas sempre envolvem técnicas de relaxamento para esvaziar a mente. Daí, a advertência bíblica: Não deis lugar ao diabo (Ef 4.27). Muito perigoso na dimensão espiritual.

7. O Espírito Santo veio para convencer a humanidade do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11). E a convicção que ele nos dá não é destrutiva. Conduz-nos ao arrependimento, ao perdão, à reconciliação com Deus.  Os demônios fazem duas coisas: Instiga as pessoas a se justiçarem dos seus pecados ou trazem sobre elas culpas esmagadoras, destrutiva, sem esperança de perdão e redenção.

8. O Espírito Santo jamais nos falará algo que contradiga a Palavra de Deus. Os demônios distorcem e adulteram as Escrituras e a usam fora de contexto para enganar e justificar o pecado, assim foi no Éden com o primeiro casal (Gn 3.1-7). Portanto, o ditado: “Cuidado com a Bíblia na boca do diabo e dos demônios”.

9. O Espírito Santo não é controlado pelo cristão. Ele age, opera quando, como e onde quiser. Porém, o fará gentil e educadamente, jamais forçadamente. Os Espíritos demoníacos enganam as pessoas sob as quais atuam para que pensem que podem controlá-los. Eles atuarão onde achar lugar, poderão fazer prodígios de mentiras para ludibriar as pessoas (II Ts 2.9-10).

10. Enfim, o poder de Satanás, das trevas (Lc 22.53; At 26.18) são limitados pelo poder de Deus e sua soberania (Jó 1.12;2.6; Lc 22.31-32; I Jo 5.18). A Igreja Cristã tem autoridade para expulsar demônios em nome de Jesus (Mc 16.17). E as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja do Senhor Jesus (Mt 16.18). Aleluia!!

 

Por Samuel P M Borges

Natal – RN, 31/10/2021.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Jesus foi rejeitado como o Messias de Israel? Quem o matou?

São perguntas aparentemente simples de responder e na verdade escondem mentiras que se perpetuaram na História, afetando duramente a civilização judaica, com o advento do Cristianismo.  

Os fariseus, os saduceus, os escribas e Jesus

Mateus 12.1-14 – Os fariseus formaram conselho contra Jesus, para o matarem porque Ele e seus discípulos estavam violando a guarda do sábado. Não sabiam eles, Jesus era maior do que o templo e até do sábado é Senhor (Mt 12.6-8).

Mateus 12.22-24 – Os fariseus blasfemam de Jesus, dizendo que Ele expulsava demônios em nome de Belzebu (o principal dos demônios). Como Jesus fazia no poder do Espírito Santo, a blasfêmia foi atribuída ao Espírito Santo e era imperdoável (Mt 12.31-32).

Mateus 15.1-20 – Alguns escribas e fariseus acusam os discípulos de Jesus de estarem transgredindo a tradição dos anciãos, não lavar as mãos antes de comer. E Jesus responde com outra, porque eles estavam violando e invalidando o mandamento de Deus, de honrar a pai e mãe, pela vossa tradição. E Jesus concluiu dizendo: Em vão adoravam a Deus e suas doutrinas eram preceitos de homens. E o que realmente contaminava o homem é que sai da boca, não o que vai para o seu ventre. Portanto, cuidem do coração no sentido de mente, pensamentos, imaginações, etc.

Mateus 16.1 – Fariseus e saduceus para tentarem a Jesus pedem um sinal do céu e são enquadrados compondo uma geração má e adúltera.  E Jesus ainda adverte aos discípulos para se guardar da doutrina dos fariseus (Mt 16.12).

Mateus 23.1-39 – Numa série de censuras e admoestações diretas aos escribas e fariseus, uma vez que ensinavam e não praticavam, Jesus sintetiza assim em Mt 23.27: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia”.

Marcos 12.18-27 – Os saduceus que não acreditavam na ressurreição dos mortos apresentaram uma sucessão de casamentos de uma viúva e queriam saber quem ficaria com aquela mulher, quando ressuscitasse, numa total ignorância do mundo espiritual. Simplesmente Jesus respondeu: Nos céus não se casa e nem se dá em casamento, seremos como anjos (Mc 12.24-25).

Jesus era o Messias profetizado para Israel?

Lucas 2.25-32 – Simeão viu cumprida a visão de que não morreria sem antes ver o Cristo profetizado e o toma em suas mãos no templo e ora: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação. Luz para alumiar as nações (gentios) e para glória de teu povo Israel”.

Mateus 15.21-28 – No episódio pelas terras de Tiro e Sidom, com a mulher cananeia, em meio ao seu clamor em favor da filha endemoniada, Jesus declara: “Eu não fui enviado senão as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15.24). Entretanto, sabemos que um dos pontos fundamentais na relação do homem com Deus é a fé. E usando de misericórdia, Jesus honrou a grande fé e humildade daquela mulher gentílica (Mt 15.28).

Mateus 16.16-17 – Jesus ratifica a resposta de Pedro de que Ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo. Porém, recomendou, naquele momento, a ninguém dissessem que Ele era o Cristo (Mt 16.20).

João 1.35-51 – Relata João que André seguiu a Jesus e informou a seu irmão Simão Pedro ser ele o Messias, o Cristo. E Filipe achou Natanael e lhe disse haver achado aquele de quem escreveu Moisés na Lei e de quem escreveram os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. E do encontro e diálogo com Jesus, Natanael concluiu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (Jo 1.49).

João 4.25-26 – A samaritana em diálogo com Jesus junto a fonte de Jacó disse-lhe “...Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. E Jesus lhe diz: “Eu sou o que falo contigo”.

Lucas 19.41-44 – Na entrada triunfal de Jerusalém, aclamado Rei pelas multidões, Jesus chora sobre a cidade, centro religioso judaico, antever o juízo que viria sobre ela, porque não conheceu o tempo da sua visitação. 

João 1.11 - “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”.

Nos quatro evangelhos existem vários momentos no ministério de Jesus onde ele procurou restringir, abafar a sua popularidade e detinha o entusiasmo do povo diante dos sinais, curas e milagres. Na verdade, estava escondendo o fato de ser o Messias, pois o seu ministério ainda não estava plenamente cumprido (Mt 8.1-4; Lc 4.41;8.56; Mc 7.36).

Jesus se antecipa aos fatos e revela aos discípulos que morreria crucificado

Mateus 16.21 – Jesus declara aos discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitaria ao terceiro dia.

Mateus 26.21-25 –  Jesus faz declaração antecipada acerca da traição de Judas. Não havia surpresas (Mt 26.45-46). Ele era e é onisciente (Mt 9.4;12.25).

Mateus 26.1-2 – Após Jesus pregar os sermões proféticos, Ele anuncia que daqui a dois dias, era a Páscoa, e o Filho do Homem seria entregue para ser crucificado.

Quem julgou e condenou Jesus?

João 11.47-48 – Após a repercussão da ressurreição de Lázaro, diante de muitos sinais que Jesus fazia, fariseus e principais dos sacerdotes se sentiram ameaçados no poder religioso e político, formam um conselho para enfrentar a situação, temendo perder status e posição com a reação do Império Romano. 

Mateus 21.45-46 – A parábola dos dois filhos e dos lavradores maus consta do texto sagrado que os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo entenderam que falava deles e não se arrependeram para crer (Mt 21.32), continuaram no intento de prender Jesus, mas receavam o povo.

Mateus 26.3 – O sumo sacerdote era Caifás (no cargo de 18-36 d. C.), era genro de Anás (Jo 18.13). Caifás se reuniu com os líderes religiosos, escribas, anciãos e discutiram a trama mútua de prender Jesus com dolo e levaram à morte (Mt 26.4).  E sempre evitando o povo (Mt 26.5; Mc 14.1-2).

Mateus 26.57-59 – Sendo Jesus preso, os discípulos fogem (Mt 26.56), e conduzido à casa de Caifás, onde todo o conselho do Sinédrio se reuniu. Não tendo de que o acusar, buscavam falsas testemunhas para o incriminar e levá-lo à morte.

Marcos 14.56-57 – O evangelista Marcos narrou que as acusações contra Jesus foram inventadas e falsas. E mesmo assim os depoimentos eram incoerentes (Mc 14.59).

Marcos 14.60-64 – Jesus não se “preocupou” com as acusações falsas contra Ele. Perante o Sinédrio apenas confirmou a pergunta do sumo sacerdote: És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?  E ele, falando a verdade, disse “Eu o sou”. O que consideraram uma blasfêmia e todos o culparam de morte. E alguns dos presentes passaram a agredi-lo cuspindo-lhe o rosto, zombando dele e davam-lhe bofetadas (Mt 26.57-68).

João 18.19-21 – Quando Jesus, já preso, foi interrogado pelo sumo sacerdote acerca dos seus discípulos e da sua doutrina, Ele respondeu que ensinava abertamente ao mundo e nada em oculto, nas sinagogas e no templo, então pergunta aos que me ouviram o que lhes ensinei. Obviamente, Jesus sabia que naquela trama o povo estava de fora e desinformados.

Marcos 15.1 – Jesus foi julgado, na calada da noite, fora da vista do povo, pelos chefes dos sacerdotes, líderes religiosos, mestres da lei e todo o Sinédrio chegaram a uma decisão: Condenação. Amarrando Jesus, levaram-no e entregaram a Pilatos.

Nenhum julgamento que envolvesse execução era permitido à noite. Jesus foi julgado e condenado entre uma hora e três horas da manhã da sexta-feira, sem defesa alguma, um julgamento com dolo intencional.

Quem matou Jesus?

Marcos 11.15-18 – Na purificação do templo em Jerusalém, Jesus meteu o chicote nos maus adoradores (Jo 2.15), derrubou mesas e cadeiras dos cambistas porque o que era casa de oração, transformaram em covil de ladrões. Indignados escribas e principais dos sacerdotes buscavam ocasião para o matar, mas o temiam porque toda a multidão estava admirada da sua doutrina. E os meninos clamando no templo diziam: “Hosana ao Filho de Davi” (Mt 21.15-16).

Lucas 22.1-2 – Perto da Festa da Páscoa principais dos sacerdotes e os escribas andavam procurando como o matariam, porque temiam o povo. E o acordado com Judas Iscariotes, o traidor, era para o entregar sem alvoroço público (Mt 22.6). Não era o povo judeu que queria matar Jesus.

Mateus 27.17-20,25 -  Quando Pilatos pergunta qual destes quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado o Cristo? A frase “caia o seu sangue sobre nós e nossos filhos”, foi consequência da persuasão dos principais dos sacerdotes e anciãos (Mt 27.20), para que o povo pedisse a soltura de Barrabás e que Jesus fosse condenado à morte.

João 18.38-40;19.1-7 – No relato do evangelho de João, onde Jesus é apresentado como o verbo divino, o Filho de Deus, com base nos costumes judaicos um preso era solto na Páscoa. E Pilatos ao interrogar Jesus, não via nele crime algum. E indaga os judeus: “Quereis que vos solte o rei dos judeus? ” E todos gritam para soltar a Barrabás, um ladrão. Jesus é trazido perante o público. “Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os servos, gritaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhe Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, porque nenhum crime acho nele”. Os líderes religiosos insistiram em acusar a Jesus (Mt 27.11-12), e segundo sua lei deveria morrer, porque se fez Filho de Deus igual ao Pai (Jo 5.16-18;19.7).

Lucas 18.31-33 – Jesus anuncia a sua morte vicária e tudo que dele estava profetizado se cumpriria em Jerusalém. Julgamento numa tramoia do Sinédrio, sem a participação do povo e entregue aos gentios (os romanos), e escarnecido, injuriado, cuspido e açoitado, o matarão. E ao terceiro dia, ressuscitaria. Então, quem matou Jesus foram os romanos. Ele foi crucificado às 9 horas da manhã e expirou na cruz por volta das 15 horas da tarde.

A rigor Jesus era imatável. Por diversas vezes quando quiseram atentar contra a sua vida no seu ministério terreno, ele saía do ambiente, do local, de forma imperceptível e milagrosa, sem nenhum enfrentamento.

João 10.17-18 – “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai”.

Mateus 26.45b – No Getsêmani, disse Jesus: “...Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores”.

Foi Ele quem se entregou para ser “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29; Is 53.4-7).

João 3.16 – A sua morte foi doação do Pai movido por amor sacrificial pela humanidade, em prol da redenção de todo o que crê.

Conclusão:

1. Jesus foi rejeitado pelos principais dos sacerdotes, pelos anciãos, escribas e fariseus, não pela grande massa do povo judeu. Tudo que fizeram para julgar, condenar e entregá-lo aos romanos, e morto pelos gentios (Lc 18.31-33), foi feito de forma leviana. E sempre evitando a reação do povo.

2. Houve uma conspiração para a crucificação de Jesus. Ela foi feita sob a condução do sumo sacerdote Caifás, que de maneira nenhuma representava a vontade do povo judeu (Mt 26.1-5).  Durante o reinado de Herodes o Sinédrio não foi nada mais do que o tribunal religioso impotente. Caifás foi nomeado por Herodes para fazer a vontade de Roma. Era ilegítimo e não escolhido pelo povo judeu.

João 19.15 – Quando Pilatos perguntou hei de crucificar o vosso rei? “Responderam os principais dos sacerdotes, não temos rei, senão o César”.

3. Mateus 27.15-26 – Jesus após ser julgado e condenado pelo Sinédrio de forma desonesta e fora da vista do povo judeu, é entregue a Pilatos e diz o texto sagrado: Pilatos sabia que por inveja o haviam entregue. Por várias vezes, não vendo crime nele, o queria soltar, mas os principais líderes religiosos insistiram em o acusar, tanto perante Herodes Antipas como diante de Pilatos (Lc 23.10;20-24).

Pôncio Pilatos foi governador/procurador da Judéia de 26 a 36 d.C.

Herodes Antipas reinou na Galileia e na Pereia de 4 a 39 d.C.

Tibério César foi imperador romano de 14 a 37 d.C.

4. Estatísticas da época constam que 2/3 do povo judeu estava disperso, fora da terra de Canaã. Dos 1/3 restantes, cerca de 10.000 judeus residiam em Jerusalém quando Jesus foi crucificado pelos romanos. E os demais, em outras localidades sob o Império Romano.

5. Jesus foi aclamado o Rei em Israel, na entrada triunfal em Jerusalém, por volta do ano 33 da era cristã (Mt 21.1-11). O povo clamava: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito ao que vem em nome do Senhor! Hosanas nas alturas! E alguns fariseus mesmo diante daquela cena gloriosa, no seu farisaísmo queriam que Jesus repreendesse a multidão, ao que disse Jesus: “Se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc 19.39-40).

6. Lucas 23.27 – Quando Jesus seguia ao caminho do Gólgota, seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam aos peitos e o lamentavam, em razão da sua condenação à pena de morte romana na cruz do calvário. 

7. Pelo escopo geral das profecias e principalmente dos evangelhos, era Jesus o Messias que havia de vir. E escondia essa sua face, para ter condições de se expor às multidões na pregação do Evangelho do Reino de Deus, no ensino e cumprir o seu ministério terreno. O povo judeu queria aclamá-lo o Messias libertador político e econômico do jugo romano. Ele não admitiu o que tanto desejavam, uma vez que o seu reino não é deste mundo (Jo 18.36-37). Porém, chegará o momento na História, quando reinará sobre toda a Terra, com Israel e a Igreja.

8. Uma grande mentira se perpetua na História: O povo judeu são os assassinos de Jesus. Assim pensava o Historiador Eusébio (263-340 d.C.), Gregório de Nissa (340-394 d.C.), pároco na Capadócia. O bispo bizantino João Crisóstomo (347-407 d.C.) foi quem cunhou em sermões a expressão deicide Jews (assassinos de Cristo). Eram prédicas carregadas de ódio aos judeus. Eis, portanto, a origem do antissemitismo, que começou no meio cristão primitivo, prosseguiu na cristandade e contaminou: Concílios eclesiásticos, o Protestantismo, as Universidades Teológicas, algumas Denominações e Institutos cristãos, até os dias atuais.

9. A mentira do deicídio (homicídio de Deus) desencadeou outra inverdade histórica e teológica: A Teologia da Substituição – A Igreja cristã tomou o lugar de Israel no Plano de Deus. E tem servindo como uma base para as atrocidades cometidas em nome do cristianismo contra o povo judeu, séculos após séculos. E milhões de vidas judaicas foram ceifadas de formas perversas, brutais e covardes. E os algozes, o clero, os cruzados, monarcas, czares, nazistas, etc., todos travestidos de uma falsa legalidade, ora política, ora religiosa, com interesses escusos, têm se beneficiado da propagação de uma mentira mundial, vergonhosa e imoral, uma vez que tem sido usada para lhes impor a fé cristã, julgá-los em tribunais de inquisições, assassinar judeus, explorar e extorquir suas riquezas em quase todo o mundo. Em consequência, até hoje muitos judeus não veem na cruz um símbolo de salvação. Na verdade, é como uma cadeira elétrica de execução. Porém, registramos também que já existem irmãos judeus que tem crido em Jesus como o Messias que havia de vir, reconhecendo a canonicidade do Novo Testamento.

10. Jesus, “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina”. (Atos 4.11; Lc 20.17; I Pd 2.27). E ensejou o parêntese escatológico (Dispensação da Igreja) entre o advento do Messias e a Grande Tribulação (Dn 9.24-27; Rm 11.1-12). Juízo viria sobre o povo judeu (Lc 23.27-31), no geral, pelo legalismo (Mt 15.8-10; Mc 7.6), pela incredulidade e endurecimento de coração (Mt 21.31-32; Jo 5.39-40;12.34-43).

11. A verdade: É uma injustiça histórica crônica perseguir, julgar e condenar, séculos após séculos, toda a civilização judaica, pela rejeição e morte de Jesus, quando se observa nas Escrituras que a grande massa do povo ficou de fora da trama orquestrada pelos líderes religiosos da época. Entretanto, a porta da graça foi aberta a todas as gentes, mediante o arrependimento e a fé (At 3.17-19;17.30-31). A salvação vem dos judeus (Jo 4.21-22).

12. A acusação desonesta da morte de Jesus contra toda a civilização judaica, ofusca verdades proféticas do modo como padeceria na cruz sob o poder romano e ao terceiro dia ressuscitaria (Lc 18.31-33). E verdadeiramente, Ele não ficou na sepultura, ressuscitou, ascendeu aos céus, está vivo à direita do Pai, intercedendo pela sua Igreja. A morte de Jesus no calvário, não foi a morte do um homem comum, foi a do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). “...O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas as suas pisaduras fomos sarados (Is 53.5).

13. Atos 4.10,27;6.8-13;7.1,52 – Pela narração dos primeiros dias da Igreja Cristã, aqueles que se opuseram a Jesus, principais dos sacerdotes, escribas, fariseus e saduceus, continuavam em oposição à pregação do evangelho pelos apóstolos e tinham inveja deles (Atos 5.17-18). E por isso, apontados nas pregações dos apóstolos, responsáveis pela crucificação e morte de Jesus. A Igreja Primitiva logo caiu na graça de todo o povo (At 2.47). Nos líderes religiosos do judaísmo, persistia o temor ao povo (Atos 5.12-16,26). “E a multidão dos que criam em Jesus, tanto homens como mulheres, cresciam cada vez mais” (Atos 5.14). E frisamos de acordo com Atos 6.7, registra que "grande parte dos sacerdotes obedecia à fé". Estava havendo mudança no meio judaico.

14. Atos 3.17-19 – O que fizeram os principais dos sacerdotes, líderes religiosos e demais do povo (Atos 3.13-15), foi por ignorância e para que se cumprisse o que acerca de Jesus estava profetizado (Mt 26.51-54). Deus não leva em conta o tempo da ignorância, se houver arrependimento (At 17.30-31). E agora, todos (judeus e gentios) somos chamados a arrepender-se e crê na mensagem do evangelho (Mc 16.15-16; Rm 1.16-17). Oportuno frisar, o pecado imperdoável é aquele praticado contra o Espírito Santo (Mt 12.31-32).

15. Por volta do ano 33-34 d. C., instituída a Igreja, entrou em curso a transição do Judaísmo (sombras) para o Cristianismo (profecias cumpridas), o que não significa dizer que um judeu para ser cristão tem que renegar a sua cultura e deixar de ser judeu. O divisor de águas é a manifestação, o advento do Messias encarnado e Deus revelado aos homens, em Cristo Jesus (João 1.14; 14.6-11; Atos 4.12).  O Antigo Testamento é o Plano Divino da salvação oculta; O Novo Testamento é o Plano Divino da salvação revelada e extensiva a todos os povos (Lc 2.29-32;3.6; Mc 16.15-16). E Deus escolheu e capacitou o Apóstolo Paulo para ser o maestro da fé judaica à fé cristã (At 9.15).

16. Deus não rejeitou e nem baniu Israel do seu Plano através dos séculos (Rm 11.1-2). A sua queda espiritual é a riqueza do mundo, a sua diminuição a riqueza dos gentios, como não será a sua plenitude! (Rm 11.11-12). Pelas Escrituras entendo que o jugo gentílico começou com os Assírios, ano 722 a.C. e se estenderá até o término da Grande Tribulação (Septuagésima semana de Daniel) quando toda a nação clamará pelo Messias libertador (Zc 12.9-10; Mt 23.39), e ele virá dos céus em glória com os seus anjos para socorrer, salvar Israel entrincheirado no vale do Armagedom, e quando julgará as nações no trato para com a nação Israelita, estabelecerá o Milênio, etc. (Zc 14.1-5; Mt 25.31-46; Ap 1.7).

Fontes da pesquisa:

A Bíblia Sagrada.

Em Defesa de Israel – John Hagee - 1ª edição 2009 – CPAD.

História Eclesiástica – Eusébio de Cesaréia – 12ª impressão 2011 – CPAD.

História dos Hebreus – Flávio Josefo – 1ª edição 1990 – CPAD.

 

Por  Samuel P M Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 04/10/2021.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Talibã ou Taleban


Talibã ou Taleban: é um grupo que assumiu o governo do Afeganistão em 1997 e instalou um radical regime teocrático islâmico.


Características gerais:


• Formação: em 1994, a partir da reunião de pouco mais de mil estudantes de escolas religiosas (Madraças) rurais na fronteira com o Paquistão.


O termo "talibã ou taleban" significa estudante em pashtun, segunda língua oficial do Afeganistão depois do Dari (dialeto persa).

• Fundamentação religiosa: ensinamentos do clérigo sunita Samil ul-Haq (morto em novembro de 2018), que passou décadas à frente do seminário Darul Uloom Haqqania, no Paquistão perto da fronteira com o Paquistão, um dos seus alunos Mohammad Omar foi um dos fundadores do grupo e seu principal líder.


• Ao assumir o controle do governo, todas as manifestações culturais foram banidas, homens obrigados a usar longas barbas, as mulheres ficaram proibidas de sair de casa sem a burca e de trabalhar.

• Aliança com Bin Laden: uma das filhas do Mulá Omar era casada com Bin Laden.


• O ataque da coalizão anglo-americana ao Afeganistão em 2001 ocorreu devido o grupo se recusar a entregar ao governo dos EUA Osama Bin Laden acusado de patrocinar os ataques de 11 de setembro.

• Com a ocupação dos EUA no Afeganistão o grupo saiu do poder e passou a atuar como guerrilha no Afeganistão e Paquistão.

• Agosto de 2021 volta a tomar a capital do país.


Enquanto os EUA se preparavam para completar sua retirada em 11 de setembro, após duas décadas de guerra, os militantes tomaram grandes cidades e agora chegaram aos arredores da capital Cabul.

O grupo entrou em negociações diretas com os EUA em 2018 e, em fevereiro de 2020, os dois lados fecharam um acordo de paz em Doha que comprometeu os EUA a se retirar e o Talibã a evitar ataques às forças americanas. Outras promessas incluíam não permitir que a Al-Qaeda ou outros militantes operassem em áreas controladas e prosseguir com as negociações de paz nacionais.


Mas no ano que se seguiu, o Talibã continuou a visar as forças de segurança afegãs e civis, e avançou rapidamente em todo o país.

#talibã #talebã #osamabinladen #afeganistao #geografiacompleta #enem #geografia

 

Fonte: Instagram Geografia Completa - Pesquisa em 16/08/2021.

terça-feira, 31 de agosto de 2021

O Estado do Vaticano

 

                     Imagem do Google

Por Rainer Gonçalves Sousa

O pequeno estado do Vaticano foi criado em 1929 quando o Papa Pio XI e o ditador Benito Mussolini assinaram o Tratado de Latrão que previa o Vaticano como um estado independente e o recebimento de uma indenização pela perda do seu território durante a unificação alemã e em contrapartida, a Igreja Católica teve que abrir mão das terras conquistadas na Idade Média e também teve que reconhecer Roma como a capital da Itália.

Em 1947, o Tratado de Latrão passou a fazer parte da Constituição e o Papa teve que jurar neutralidade sobre termos políticos.

Em 1978, o acordo foi reformulado fazendo com que o catolicismo deixasse de ser a religião oficial da Itália. Com a perda de influência da Igreja, o Papa João XXIII (1958-1963) se comunicou com outras igrejas para discutir temas relacionados com o entendimento de Cristo com a realidade humana. Este encontro reformulou algumas leis da Igreja fazendo com que esta ganhasse força e apoio da comunidade.

Em 1982, grandes personalidades do Vaticano foram descobertas fazendo parte de fraudes que levaram o Banco Ambrosiano à falência.

 

Adendo do blog:

Fundação: 11 de fevereiro de 1929

Área: 44 ha

Capital: Vaticano

População: 825 (2019)

Presidente: Giuseppe Bertello

Continente: Europa

 

Fonte: https://www.historiadomundo.com.br

Pesquisa em 31/08/2021.

domingo, 29 de agosto de 2021

Aumento do Padrão de Vida da Humanidade nos Últimos 200 anos.

 

Síntese do Blog com base no artigo - O aumento do padrão de vida da humanidade nos últimos 200 anos (domtotal.com). De 24/03/2018.

Ano 1776 – destacam-se três eventos marcantes no século XVIII: A Independência dos Estados Unidos; O lançamento do livro “A riqueza das nações” de Adam Smith e a entrada em funcionamento da máquina a vapor aperfeiçoada por James Watt que deu início à utilização dos combustíveis fósseis em larga escala. Este último fator na segunda fase do capitalismo na Europa.

Entre 1776 e 2016 o crescimento da população foi de quase 9 vezes (de cerca de 850 milhões para 7,5 bilhões de habitantes), enquanto o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 120 vezes. O aumento da renda per capita foi superior a 13 vezes.

Não é possível mensurar com precisão o grau de liberdade política e civil, em cada país, mas sem dúvidas, tornamo-nos menos tiranos e ditatoriais.

Fatores como educação (um dos ideais e sonho do Iluminismo), liberdades políticas, civis e de mercados, são essenciais para o desenvolvimento científico, tecnológico, industrial e cultural, geraram bem-estar aos países.

Com a atenção à Saúde Pública, a taxa de mortalidade infantil 10 vezes menor significa avanços em direitos humanos e bem-estar social. Houve ganhos para mulher, família, ao setor produtivo e para os países.

Na década de 1960 saúde e vacinação passam a andar em conjunto. Enfim, governos perceberam a importância da Saúde Pública e todos ganham.

Países desenvolvidos – A taxa de mortalidade infantil é abaixo de 1%.

A extrema pobreza em alguns locais nas Américas voltou a aumentar em razão de reveses no campo político, com ditadores no poder e Guerra Civil. São exemplos Filipinas, Cuba, Venezuela. Não é diferente na Rússia, Turquia, Iêmen, Síria e na China.

Não se pode deixar de apontar o retrocesso das condições ambientais. Várias espécies vivas extintas ou em extinção e ecossistemas degradados. E já estamos pagando o preço com frequentes calamidades consequentes de desastres naturais.  Falta de água potável em várias regiões do mundo é uma realidade.

Não é à toa que tanto se fala em Desenvolvimento Sustentável. Isto é, produzir, consumir hoje, pensando nas gerações futuras.

O consumo desenfreado de gerações passadas e presentes, têm reduzido a capacidade de sobrevivência das próximas gerações.

E todo o avanço civilizatório dos humanos poderá não se repetir no futuro e diversas conquistas poderão não se sustentarem, pois sem Ecologia não irão longe as Economias dos países.  

Referência:

Max Roser. “The short history of global living conditions and why it matters that we know it”. Published online at OurWorldInData.org., 2017.

Adendos do Blog:

O artigo teve por objetivo fazer uma leitura e análise de dados estatísticos, tendo o objeto da pesquisa delimitado aos séculos XIX e XX, embora os fatores relevantes de contribuição apontados ocorreram no final do século XVIII.

Sob um prisma histórico temos que reconhecer os avanços civilizatórios da humanidade se devem também ao que os homens construíram nos últimos cinco séculos anteriores.

O feudalismo, sistema socioeconômico e político, o qual perdurou desde o século V, na Europa Ocidental, durante a Idade Média, com três classes sociais bem definidas: Nobreza, Clero e os servos.

No Século XV o feudalismo entrou em decadência, dando lugar ao capitalismo em três fazes distintas e consecutivas: O capitalismo mercantil (XV ao XVIII), industrial (XVIII e XIX) e o financeiro (XX), após a 2ª Guerra Mundial.

No contexto dos últimos cinco séculos da História, convém trazer à tona a Reforma Protestante no século XVI, com suas implicações teológicas, culturais, filosóficas, econômicas e políticas.  E aliás, renomados pensadores, alinharam a ética protestante ao capitalismo, cujo sistema político e econômico permeia grande parte do mundo contemporâneo, em contraponto ao socialismo.

O iluminismo, movimento intelectual do século XVIII, atendia aos anseios da burguesia (nova classe social pós feudalismo), e era contra o absolutismo monárquico e do clero católico, monopólio de "verdades religiosas" impostas pelo autoritarismo e violências brutais. E defendiam o progresso da ciência, da razão e da liberdade política dos cidadãos. E o estado deveria representar, liderar pela vontade do povo, ensinava Jean-Jacques Rousseau.

No iluminismo, impossível é conciliar com a Teologia Bíblica o pensamento do filósofo liberal e médico inglês John Locke (1632-1704), precursor do iluminismo, o qual apregoava que a mente humana era um papel em branco, uma tábua rasa, e tudo que o homem viesse a ser dependia do que lhe fosse ensinado. Ignorava ele a natureza humana degenerada pelo pecado. Só a educação não regenera o homem moral e espiritualmente diante de Deus.

Sl 51.5 –“Eis que em iniquidade fui formado e em pecado me concebeu minha mãe”.  

Jr 17.9 – “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? ”.  Ratifica Jeremias 17.5 – “...maldito o homem que confia no homem...”. Ou seja, na natureza humana caída.

O Apóstolo Paulo escreveu a este respeito em Rm 7.18-20:

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim”.

João 3.7b – “Necessário vos é nascer de novo”.

Ainda é oportuno destacar a abolição da escravatura nos mais diversos continentes e que foi ocorrendo de forma gradual. O processo da abolição do trabalho escravo vem desde o século VI a.C. com a libertação de cidadãos atenienses. E no ano de 326 a.C. quando com a “Lex Poetelia Papiria” é decretada a abolição da servidão. 

O trabalho escravo é uma prática que manchou a História Mundial. E vem desde as mais antigas civilizações, tais como, os assírios, hebreus, babilônios, egípcios, gregos e romanos, variando as suas características dependendo do contexto geográfico.

A escravatura no seu nascedouro está relacionada às guerras e conquistas de territórios, quando os povos vencidos passavam a ser explorados com a mão de obra forçada pelos conquistadores.

A tendência geral e acentuada pela abolição da escravidão se deu, globalmente, a partir da segunda metade do século XVIII até o século XIX. E certamente foi um fator preponderante na melhoria da qualidade de vida dos povos.

A Mauritânia foi exceção, último local a abolir a escravidão oficialmente no mundo, tornando-a ilegal em 1981.

Fontes:

https://www.infoescola.com/historia/cronologia-da-abolicao-da-escravidao-no-mundo. Pesquisa em 23/08/2021.

https://www.todamateria.com.br/escravidao/ - Pesquisa em 29/08/2021.

https://blogdoibre.fgv.br/posts/os-500-anos-da-reforma-protestante-weber-tinha-razao?. Pesquisa em 23/08/2021.

https://www.politize.com.br/sistema-capitalista-origem/ Pesquisa em 25/08/2021.

https://www.sohistoria.com.br/resumos/iluminismo.php Pesquisa em 29/08/2021.

 

Por Samuel P M Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal RN, 29/08/2021.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O Brasil, a Política, o Judiciário e a Igreja Cristã

 

Diante das informações e desinformações, pandemia em curso, o país dividido em ideologias de esquerda e direita, os políticos com pouca credibilidade, continuam olhando só para os seus umbigos, com raras exceções, os Poderes da República Brasileira se digladiando em função de agendas opostas, interesses escusos e obtusos, a imprensa brasileira, em grande parte, “vendida” aos seus interesses editoriais nacionais e internacionais. E no meio dessa panaceia está a Sociedade Civil, bastante desigual no econômico, na cultura, em consciência social, educação e uma fé mística das mais variadas crenças. Pergunta-se: Onde? como está se articulando a Igreja Cristã no Brasil?

O atual Governo Federal, longe de ser o ideal político de um povo, no enfrentamento de uma Pandemia, luta com suas forças e fraquezas contra "o câncer" da corrupção pública, é pela família heterossexual e monogâmica, contra o aborto em favor da vida, atua em vários segmentos de minorias, tais como: idosos, pessoas com deficiências, os índios, e outros vulneráveis. Defende abertamente a Soberania Nacional e o meio ambiente sustentável, respeita as diferenças no segmento social com o direito natural de poder opinar, discordar sem discriminar.

O Governo Federal também tem uma batalha contra todos aqueles que querem manter os privilégios, em detrimento da população do país, no objetivo de reduzir o custo e o tamanho do Estado Brasileiro, onde se verificam desperdícios há décadas e assim redirecionar recursos do erário para investimentos estruturais. Por outro lado, o quarto poder, boa parte da imprensa silencia na realização da agenda positiva, ora em razão da linha de esquerda ou porque os seus privilégios econômicos foram atingidos e abrem o verbo só para fazer oposição ou apontar erros do governo. 

Quando frisamos a Igreja Evangélica Brasileira neste contexto, e com propriedade, uma vez que somos cerca de 60 milhões de brasileiros, não se cogita fundir a Igreja com o Estado. Longe disso! Entretanto, ela é e faz parte da vida social, não é antissocial. Muito menos alienada da realidade.

O que se quer discutir em tom de alerta? Onde estão, como, quando e quem irá preservar as liberdades de culto e crenças, direitos fundamentais individuais e coletivos, na atual conjuntura política, jurídica e social? Sabemos que estão contidos na Constituição Federativa do Brasil. As perguntas que se sucedem é como, quando e quem irá preservá-los. Vamos deixar essa tarefa a cargo dos políticos ou da politicalha do país? Basta que só alguns deem as caras às tapas em suas defesas? O Poder Judiciário é suficiente para manter estes direitos e liberdades? A Igreja Cristã basta orar a Deus, e fica na abstração social, alienada da realidade e tudo se resolve?

A História ensina que na vivência social e na política quem é mais visto e ouvido, certos ou errados, são aqueles que se manifestam, defendem direitos, se posicionam quando se sentem afetados. E nem sempre agem com condutas, estratégias éticas e difusas. O  que se tem observado são minorias, procurando impor práticas questionáveis, modos comportamentais à maioria de forma leviana.

No judiciário, em geral, em razão do princípio da inércia, só atua quando provocado via petição dos interessados. Exceto, quando a ação é pública e incondicionada.

A bem da verdade, não temos um “papado evangélico” no Brasil e nem o queremos. Entretanto, indagamos, onde estão as entidades representativas dos pastores, das Denominações Evangélicas Brasileiras? Além das armas espirituais que temos, a oração, a Palavra de Deus, a fé, etc., que ação politizada, unida, consistente, permanente e vigilante a cada ameaça, se tem planejado em defesa do legítimo exercício da cidadania, dos valores e princípios cristãos, sob a bandeira do Evangelho e do Estado de Direito?

Acredito que todos nós já aprendemos: O que faz a diferença no sofrimento e provações da vida é a postura ética e fé resiliente nas ações que adotarmos no seu enfrentamento.  Do contrário, é só esperar para sermos vítimas do meio.

A liderança evangélica, considerando a nossa representatividade na sociedade brasileira, tem o dever de se posicionar em favor da Democracia, da liberdade de fé, expressão do pensamento e Direitos Fundamentais, quando ameaçados, e contribuir para que haja, efetivamente, peso e contrapesos entre os Três Poderes da República Brasileira. E certamente vivemos dias com riscos de ruptura institucional. 

O Estado Democrático de Direito é uma construção dinâmica e continuada. Manifestos, Notas de Repúdios dos anos atrás, de décadas passadas, podem não valer, não ter a autoridade necessária para os novos desafios contemporâneos. Carecemos de organização, união, estratégias e vigilância com zelo às Liberdades e Direitos Fundamentais Individuais e Coletivos, à Justiça Social, sedimentados na Constituição do país, se é que ela é justa e é cumprida em prol do povo.  

“A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir reformas. Quanto a dela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. […]. A persistência da Constituição é a sobrevivência da democracia”.

Deputado Federal constituinte Ulysses Guimarães (1916-1992).

Está escrito em Pv 12.16 - “O tolo tem pavio curto e explode na hora, mas o prudente ignora o insulto e mantém a calma”. Verdade! Porém, não se pode é confundir prudência com passividade, após muitos insultos e falta de respeito ao indivíduo e ao coletivo.

Quando a causa é justa, devemos agir com moderação, sabedoria e imparcialidade pelo bem-estar de todos (II Ts 3.13), ponderando os riscos e consequências. Todavia, jamais se omitir. 

“Porque o Senhor é justo e ama a justiça; o seu rosto está voltado para os retos” (Sl 11.7).

As Escrituras também nos ensinam: Não pagar o mal por mal e procurar andar honestamente perante todos os homens e no que depender de nós, manter a paz na vivência social (Rm 12.17-18; Mt 5.9).

Em Tiago 1.27 - A religião que Deus considera é a conjugação da prática de duas virtudes cristãs: Piedade e santidade.

Os bem-aventurados têm, no presente, fome e sede de justiça (Mt 5.6), e chegará o dia quando seremos fartos. Sejamos corretos nos deveres, lutemos por nossos direitos. Nada nos aproveita sermos politiqueiros, e sim cidadãos de fé e politizados.  A Igreja Cristã não é uma abstração social.

Aquele que sabe fazer o bem e não o faz, peca (Tg 4.17).

Como, quando atuar a Aliança Cristã Evangélica Brasileira? A voz das Igrejas Históricas? A CGADB? As demais Convenções de Pastores Cristãos? A Bancada Evangélica nas duas Casas Legislativas? Membros do Judiciário, Membros dos Ministérios Públicos, de Procuradorias, etc., de confissão cristã? Não, de mera cristandade.

Ficar em cima do muro, a História tem mostrado, é vergonhoso para sociedade civil, líderes e instituições.

Chega um momento em que a tolerância deixa de ser uma virtude, passa a ser omissão, uma covardia. 

Que o Senhor Jesus, a cabeça da Igreja, continue cuidando e intercedendo por nós, até que venha nos buscar (Jo 14.1-3; Rm 8.34; Hb 7.25).

 

Samuel P M Borges

Assembleiano de nascimento.

Natal RN – 23/08/2021.

 

 

domingo, 23 de maio de 2021

GEOPOLÍTICA - Criação dos Estados do Oriente Médio

A criação dos Estados do Oriente Médio ocorreu a partir da autorização de potências europeias que haviam colonizado a região.

Atualmente existem no Oriente Médio cerca de 15 países reconhecidos internacionalmente: Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria e Turquia. Todavia, nem sempre foi assim. Essa região foi berço de grandes civilizações (mesopotâmica, sumérica, babilônica e assírica) e foi conquistada por vários outros povos (gregos, romanos e europeus), possuindo, assim, diversas configurações espaciais ao longo de sua história.

Por muitos séculos, essa região pertenceu a dois Impérios, o Império Persa, que se estendia da porção mais a leste da região do Mar Mediterrâneo até o rio Indo, e o império Turco-Otomano (1299-1923), que possuía um grande território na porção oeste. Durante anos, esses dois impérios disputavam entre si e com os países europeus a hegemonia dessa região. No entanto, com o desenvolvimento do capitalismo e a Revolução Industrial, os países europeus adquiriram uma grande superioridade econômica, social e bélica em relação a todos os países do globo.

Buscando obter matéria-prima, mão de obra barata e mercado consumidor para continuar o seu desenvolvimento industrial após a independência dos países americanos, a Europa passou a colonizar a África e a Ásia, iniciando o processo que ficou conhecido como Neocolonização. Com isso, os dois impérios que ocupavam a área que hoje é conhecida como Oriente médio passaram a sofrer grandes perdas territoriais.

Para deter a expansão europeia em seu território, o império Turco-Otomano aliou-se à Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Em contrapartida, os franceses e ingleses passaram a incentivar as diversas tribos árabes que viviam no território Turco-Otomano a combatê-lo durante a guerra em troca da autorização para a constituição dos seus próprios Estados, caso vencessem a guerra. Assim sendo, era comum que os europeus prometessem o mesmo território a diversos povos.

Ao final do primeiro conflito mundial, no entanto, em vez de permitirem a formação dos Estados nacionais tal como prometeram, a França e a Inglaterra dividiram o território do Oriente Médio entre elas, constituindo, em vez de Estados independentes, diversos protetorados. Assim, a criação da maioria dos atuais Estados do Oriente Médio só ocorreu por meio da permissão da França e Inglaterra no decorrer do século XX como resultado do enfraquecimento dessas grandes potências e da pressão dos Estados Unidos, que já eram a maior potência mundial da época e não participavam da divisão nem da África nem da Ásia.

 

Os únicos países que não surgiram a partir da autorização de países europeus foram a Turquia, resquício do império Turco-Otomano, o Irã, descendente do antigo império Persa, e Israel, que foi criado após a Segunda Guerra Mundial para ser o território de milhões de judeus que se encontravam espalhados pelo mundo desde a diáspora judaica, no ano 70 d.C., e que sofreram perseguições em vários países, principalmente na Alemanha.


Por Thamires Olimpia - Graduada em Geografia

 

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Thamires Olimpia. "Criação dos Estados do Oriente Médio"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/criacao-dos-estados-oriente-medio.htm. Acesso em 16 de maio de 2021.

Fonte: Criação dos Estados do Oriente Médio - Brasil Escola (uol.com.br).

Samuel P M Borges

Natal RN – Brasil

 

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...