Relutei em não escrever
sobre o tema, mas sinto-me no dever de fazê-lo. O que é o culto solene?
Primeiro, o culto cristão é o ato de prestar adoração reverente a Deus, com decência
e ordem nas palavras do apóstolo Paulo. O adjetivo solene quando pesquisamos
tem vários significados: Feito com aparato e pompa, majestoso, que infunde
respeito, enfático na sua seriedade. São
elementos básicos do culto evangélico: Oração, louvor, ofertório, leitura do
texto sagrado, ministração da Palavra de Deus.
Assim acontece, quando não foge aos seus objetivos precípuos e
exclusivos.
Não é de hoje que se observa
certo antropocentrismo no culto cristão. E notadamente, voltado à liderança.
Faço parte do ministério da Igreja, tenho muitos amigos pastores, líderes de
Igreja, todavia não comungo do que tenho visto. Abro aqui um parêntese: Quando
estudamos o estilo de liderança do próprio Cristo, ele nos mostrou o quanto
devemos honrar e respeitar aqueles que vieram antes de nós. Na expressão
paulina à Igreja de Tessalônica, devemos ter a nossa liderança em alta estima e
consideração. Na carta aos hebreus, devemos obedecê-las, sujeitar-se a elas e
imitá-las. Sou consciente do que é uma Autoridade Delegada. É insensatez ir de
encontro a ela, porque vai se deparar com quem a delegou. Então,
o propósito da postagem não é fazer cavalo de batalha contra a liderança da
Igreja. É sim, discutir onde, em qual contexto, em que momento, estamos fazendo
homenagens aos humanos.
No Jeovismo
não se comemora aniversário, no intuito de evitar honra aos seres humanos e não
aumentar o seu egocentrismo. A meu ver, é um exagero. É outro extremo.
Mas, vamos
tratar de nossos problemas assembleianos. O que se constata em nosso meio, em
pleno culto dedicado ao Senhor pela ADbrasil.
1. Liturgias
pesadas, centradas no pastor da Igreja, ao ponto de se referir a ele mais do
que ao Senhor Jesus Cristo no percurso do culto: “com autorização do pastor”,
“com permissão do pastor”, “conforme recomenda o pastor”, “assim como tem ordenado
o pastor”. Cada um que chega a tribuna do templo faz menção do pastor ou àquele
que está dirigindo o culto, determinado pelo pastor. E se não fizer assim,
deixa de ter oportunidade no culto. E me chamou atenção um Dia das Mães que não
se fez nenhuma referência, nem uma oração pública especial por elas! Será que
este ato é censurável como secularismo de consumo no culto?
2. Há
lugares em que quando o dirigente de congregação entra no templo, deve a
congregação levantar-se para recebê-lo de pé. Em outro, o pastor é recebido de
pé todas as vezes que vai se dirigir a congregação, pela primeira vez, em cada
culto. Vem-me a lembrança do “Assim também vós” de Lucas 17.10, pois me parece
ignorado na atualidade.
3. É mais
agravante a mistura que se está fazendo com eventos sociais, como por exemplo
aniversários de dirigentes, pastores, durante o culto divino e solene. O tempo
demandado, a frequência desses eventos, está se tornando indigesto para muitos
do rebanho do Senhor. E como Deus está vendo essa questão? Não estaria ferindo
a solenidade da adoração, honras e glórias devida somente a Ele no culto
prestado exclusivamente a Ele? Entendo também, em nada fere a solenidade do
culto ao Senhor, quando se menciona um aniversário, ora-se pelo aniversariante
e o culto ao Senhor prossegue. Depois, participamos do social.
4. Eu,
pessoalmente, tenho evitado está em culto onde se mistura o social com o
espiritual. Reprovo qualquer deificação do homem. Há uma diferença enorme em
ter respeito e se deixar levar por respeitos humanos. Vamos comemorar os aniversários
de nossos pastores e companheiros, com muita alegria e amor, entretanto fora do
ambiente dos cultos solenes e sem culto à personalidade.
5. Precisamos
refletir, rever nossas posturas de adorador individual e coletiva, a liturgia rotineira
do culto sagrado, pois do jeito que vai daqui há pouco, o Senhor Jesus estará do lado de fora batendo à porta. Não
obstante, não é um coitadinho. Ele é o SENHOR! E se assim o fizer, será por
misericórdia. Só não sei até quando.
6. E
observem um fato: Na História da religião, todo ato, ordem, obediência
exteriorizada, comportamento visivelmente manifestado, como por exemplo os
costumes, a tradição criada pelo homem, quando não obedecida, tem servido para punição,
controle, domínio do homem sobre o homem. Portanto, prestemos o culto solene
com entendimento agradável ao Senhor com
confiança reverente. Amém.
Samuel P M
Borges - Julho-2012
Amados em Cristo,
ResponderExcluirTexto pessoal liberado para edificação espiritual do corpo de Cristo.