Marcela Lemos - Biomédica - Dezembro 2021
O dímero-D, também conhecido
como D-dímero, é um dos produtos da degradação de fibrina, que é uma proteína
que está envolvida com a formação do coágulo. Assim, quando existem alterações
no processo de coagulação, é possível que exista uma maior quantidade de
dímero-D circulante.
O valor de referência de
dímero-D no sangue é de até 0,500 µd/mL ou 500 ng/mL, sendo importante
investigar a causa de valores aumentados desse marcador, o que pode ser feito
por meio de exames de sangue como hemograma, exames que avaliam o fígado e
dosagem de proteína C reativa, por exemplo.
Para que serve?
A dosagem de dímero-D é
normalmente indicada pelo clínico geral ou cardiologista com o objetivo de
descartar a possibilidade de trombose venosa profunda e tromboembolismo
pulmonar, já que esse marcador está aumentado nessas situações.
No entanto, por se tratar de
um marcador da coagulação, o D-dímero pode também ser solicitado com o objetivo
de avaliar o funcionamento da cascata de coagulação, já que após a ativação da
fibrina para compor o tampão plaquetário, é ativada a via de degradação da
fibrina, levando à liberação de produtos de degradação no sangue. No entanto,
quando há alteração na coagulação, é possível verificar quantidade anormal dos
produtos de degradação da fibrina, incluindo o dímero-D. Entenda melhor como acontece a coagulação.
Dessa forma, além de servir
para descartar a ocorrência de trombose venosa profunda e tromboembolismo
pulmonar, a dosagem do dímero-D também pode ser útil na investigação de
situações que podem interferir na coagulação, como problemas cardíacos e
inflamações, por exemplo.
O que significa dímero-D
aumentado
A alteração dos níveis de
dímero-D acontece em situações em que há formação e degradação de coágulos,
resultando no aumento anormal dos níveis no sangue dos produtos de degradação
da fibrina, que é o principal componente dos coágulos. Assim, o aumento dos
níveis de dímero-D está principalmente relacionado com o risco aumentado de
trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP). No entanto,
outras situações que podem levar ao aumento do D-dímero são:
Coagulação intravascular
disseminada;
Após grandes cirurgias;
Grandes traumas;
Durante a gravidez;
Doenças cardíacas, renais ou
hepáticas;
Inflamações;
Uso de anticoagulantes;
Alguns tipos de câncer;
COVID-19, em alguns casos.
Além da avaliação do dímero-D,
é importante que sejam realizados outros exames que ajudem a identificar a
causa do aumento desse marcador. Assim, de acordo com o histórico de saúde da
pessoa e presença de sintomas, pode ser recomendado pelo médico a realização do
hemograma, exames para avaliar a função do fígado, rins e coração e dosagem da
lactato desidrogenase e proteína C reativa.
Outros exames que podem ser
solicitados juntamente com o D-dímero são tempo de protrombina, tempo de trombina,
tempo de sangramento e tempo de tromboplastina parcial, que são exames que
fazem parte do coagulograma e que permitem avaliar se o processo de coagulação
está acontecendo normalmente. Saiba mais sobre os exames do
coagulograma.
Dímero-D e COVID-19
O aumento do dímero-D é um
achado laboratorial comum em casos de COVID-19, isso porque na tentativa do
organismo de combater o vírus responsável pela doença, há liberação de grande
quantidade de citocinas, o que provoca lesão nos vasos sanguíneos e ativa a
cascata de coagulação. Dessa forma, há ativação de grande quantidade de fibrina
e, consequentemente, da via responsável por degradar essa proteína, aumentando
os níveis de D-dímero circulantes.
Dessa forma, o aumento dos
níveis desse marcador no sangue pode ser indicativos de infecção e, dependendo
dos valores, podem ser sugestivos de maior gravidade de COVID-19 e do risco de
coagulação intravascular e trombose, sendo nesses casos necessário
internamento. No entanto, é importante também que sejam avaliados os níveis de
fibrina, quantidade de plaquetas e tempo de protrombina e os sintomas
apresentados pela pessoa. Veja mais sobre a COVID-19.
De acordo com a Anvisa,
Agência Europeia de Medicamentos e outras fontes oficiais, algumas das vacinas
para COVID-19 podem aumentar ligeiramente o
risco de trombose, entretanto esse risco é muito inferior que o risco de
trombose devido à infecção pelo SARS-CoV-2. Dessa forma, a vacina continua
sendo a forma mais segura e eficaz contra a COVID-19. [1, 2, 3, 4
Fonte: https://www.tuasaude.com/d-dimero/ - Pesquisa em 13/12/2021.
Samuel P M Borges
Natal/RN – 13/12/2021.
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