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terça-feira, 17 de dezembro de 2024

A Igreja de Jesus e o denominacionalismo.

A partir da imagem abaixo, refletiremos em alguns pontos.

Fato diretamente relacionado: O fundador da igreja evangélica Bola de Neve, conhecido como Apóstolo Rina, sofreu um acidente de moto na tarde de domingo, 17/11/2024. Rinaldo Luiz de Seixas Pereira (52 anos) não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP). Óbito em 18/11/2024. 

“...A Igreja Bola de Neve, fundada em 1999, uma das maiores denominações evangélicas do Brasil, atualmente conta com mais de 560 unidades espalhadas por 34 países. A igreja ficou conhecida por atrair fiéis mais jovens e ligados a esportes radicais”.

1.Dizem que o governo da Igreja é teocrático. Na verdade, deve, precisa ter o dedo e direção de Deus. Assim era na Igreja Primitiva. Não serão abordados tipos de governo eclesiástico nesta postagem. O foco é como as lideranças estão se comportamento na organização, na gestão da Igreja Cristã.

2.Há líderes que se sacrificam além do que deveria pelo Evangelho de Jesus e depois se acham dono da Igreja. Sem dúvidas, todo obreiro dedicado e exemplar na Causa Cristo merece vida digna, o devido cuidado e honra no percurso e após a carreira ministerial.

3.Tem também aqueles que veem a Igreja que lideram, como uma sucessão familiar. Volto a afirmar, a Igreja Cristã não é um sacerdócio araônico.

4.Paulo quando tratou de litígios entre irmãos, recomenda as partes ou parte sofrer o dano, ao invés de levar a disputa a tribunais seculares (I Co 6.1-11).

5.Existe uma máxima rabínica, entre judeus, não se leva demandas para tribunais gentios.

6.Jamais colocaria o nome pessoal em nome de ministério ou atividade cristã. Alguns fizeram isto. É vaidade, vanglória humana.

7.Na Igreja Organização, denominações centenárias, não resolvem questões administrativas de ordem material de forma eficaz e transparente, por exemplo:

a)Teto de remuneração para o obreiro em tempo integral mensurado por perfil da Igreja local/campo de atuação e para cargo eclesiástico exercido em órgãos vinculados, dentro da realidade social e econômica do país;

b) Plano saúde para o obreiro, cumprimento no tempo de jubilamento...

8.A Igreja Organização não pode nem deve arcar com o papel previdenciário, cabe-lhe pagar a sua parte do INSS e “fiscalizar” a que compete ao obreiro (responsabilidade dele) para possível cobertura de pensão por morte, invalidez e a aposentadoria. Igrejas de grande porte tem condições, pelo volume de participantes, de ter, somada ao INSS, uma Previdência Complementar Privada. Todavia, pela ausência de visão e desinteresse de partes na Organização, não se faz. Em consequência atropelamos princípios espirituais no governo eclesiástico. São situações empurradas com a barriga, sem solução adequada. E há casos em que colhemos injustiças sociais.

9.Por experiência relato: Em determinado lugar, o líder não admitia crítica e sem abertura para sugestões. Havia certa pastolatria na sua “infalibilidade”. Ouvi: Quem falasse do pastor ou a seu respeito, “perde a cabeça”. E os liderados seguiam a linha em todo tempo do elogio. Estava evidente um sistema familiar aplicado ao pastoreio da Igreja. A sua remuneração bastante expressiva para a realidade econômica do país, até onde soube. E as ovelhas? É da sua natureza só baixar a cabeça, ou balança-la dando o de acordo e resolvido. É assim que funciona no governo episcopal puro. 

10.Em 2015, com a morte de um líder denominacional, aos 78 anos, deixou a direção da Igreja a cargo da esposa, com 69 anos. Hoje ela tem 78 anos e a denominação vive dias conturbados em torno do patrimônio da respectiva denominação. Afirmo: É mais um caso emblemático onde a Igreja é vista como uma empresa familiar. (base notícias uol – 26/06/2024). Pesquisa em 17/12/2024.

11.Quando estudamos Igreja Organização versus Igreja Organismo, como quase tudo se faz em nome de Deus, alguns pensam ingenuamente que as linhas que as distinguem são muito próximas. É um engano com o fator humano no meio. E com o temor a Deus se esvaindo, só tende a piorar. A situação é mais crítica no meio da onda neopentecostal a partir da década de 1970, 1980 para cá.

12.Direto ao ponto: É fato que temos bons perfis denominacionais no Brasil. Entretanto, a Igreja Evangélica Brasileira precisa urgentemente rever, avançar nos Estatutos, Regimentos para solidificar regramentos administrativos, com decisões colegiadas, não episcopal unilateral, alternância de poder com limites de reeleições convencionais estaduais e nacionais, evitando gerar vínculos viciosos com "sensação de dono", bem como tapar brechas para que a gestão e o uso do poder na Igreja de Cristo não se corrompa no contexto do denominacionalismo. 

13.O belo nisso tudo é a soma de empenho, esforços em prol do avanço do Evangelho. Existem pessoas que jamais viriam a ser um pentecostal, mas se converteu no meio batista, presbiteriano. O inverso também é verdadeiro. A Igreja é a multiforme sabedoria de Deus. 

14.E não por tudo, mas em tudo, seja Deus engrandecido. O forte da Igreja de Jesus está no aspecto Organismo. “O vento assopra onde quer...” (Jo 3.8). O semeador planta, porém a vida está na semente, a Palavra de Deus. 

15.Quando nos distraímos com as estruturas da Igreja – sejam edifícios físicos ou hierarquias – corremos o risco de perdemos de vista o Senhor da Igreja, o Cristo vivo, a centralidade da fé cristã.

Vem Jesus! Arrebata a tua Igreja. Amém! 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 17/12/2024.

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