A partir da imagem abaixo, refletiremos em alguns pontos.
Fato
diretamente relacionado: O fundador da igreja evangélica Bola de Neve,
conhecido como Apóstolo Rina, sofreu um acidente de moto na tarde de
domingo, 17/11/2024. Rinaldo Luiz de Seixas Pereira (52 anos) não resistiu aos
ferimentos e morreu no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas
(SP). Óbito em 18/11/2024.
1.Dizem que o governo da Igreja é teocrático. Na verdade, deve, precisa ter o dedo e direção de Deus. Assim era na Igreja Primitiva. Não serão abordados tipos de governo eclesiástico nesta postagem. O foco é como as lideranças estão se comportamento na organização, na gestão da Igreja Cristã.
2.Há líderes que se sacrificam
além do que deveria pelo Evangelho de Jesus e depois se acham dono da Igreja.
Sem dúvidas, todo obreiro dedicado e exemplar na Causa Cristo merece vida digna,
o devido cuidado e honra no percurso e após a carreira ministerial.
3.Tem também aqueles que veem
a Igreja que lideram, como uma sucessão familiar. Volto a afirmar, a Igreja
Cristã não é um sacerdócio araônico.
4.Paulo quando tratou de
litígios entre irmãos, recomenda as partes ou parte sofrer o dano, ao invés de
levar a disputa a tribunais seculares (I Co 6.1-11).
5.Existe uma máxima rabínica,
entre judeus, não se leva demandas para tribunais gentios.
6.Jamais colocaria o nome
pessoal em nome de ministério ou atividade cristã. Alguns fizeram isto. É
vaidade, vanglória humana.
7.Na Igreja Organização, denominações centenárias, não resolvem questões administrativas de ordem material de forma eficaz e transparente, por exemplo:
a)Teto de remuneração para o obreiro em tempo integral mensurado por perfil da Igreja local/campo de atuação e para cargos eclesiásticos exercidos em órgãos vinculados, dentro da realidade social e econômica do país;
b) Algumas Igrejas locais pagam com o obreiro na ativa um plano de saúde; cumprem o tempo para jubilamento no Estatuto e tem tudo a ver com sobrevivência material. Anjo da Igreja é no sentido da autoridade espiritual. São de carne e osso.
c) Importante frisar: Perdas de direitos/ganhos quando na ativa é normal até na carreira secular: Perde-se 1/3 das férias, licença-prêmio, participação nos lucros da empresa, auxílio alimentação, plano de saúde fica por conta só do empregado, etc...
8.A Igreja Organização não pode nem deve arcar com o papel previdenciário. Neste mister, o que caberia fazer Igreja e o obreiro? Uma parceria? Visando o amanhã das partes nos aspectos material e social. Sabemos que o INSS tem seus benefícios de médio e longo prazo: Benefício por doença, aposentadoria, pensão por morte, etc. Igrejas de grande porte tem condições, pelo volume de participantes, de ter, somada ao INSS, uma Previdência Complementar Privada. Todavia, pela ausência de visão e desinteresse de partes na Organização, não se faz. Em consequência atropelamos princípios espirituais no governo eclesiástico. São situações empurradas com a barriga, sem solução adequada. E há casos em que colhemos injustiças sociais.
Nota: a Lei 14.647/2023 - Não reconhece vínculo empregatício entre o pastor, o obreiro do Evangelho com a sua denominação/organização religiosa. Porém, o problema da assistência, a vida após o jubilamento continua. E uma vida que seja digna de se viver. Envolve sim, responsabilidade das duas partes.
9.Por experiência relato: Em determinado
lugar, o líder não admitia crítica e sem abertura para sugestões. Havia certa
pastolatria na sua “infalibilidade”. Ouvi: Quem falasse do pastor ou a seu
respeito, “perde a cabeça”. E os liderados seguiam a linha em todo tempo do
elogio. Estava evidente um sistema familiar aplicado ao pastoreio da Igreja. A
sua remuneração bastante expressiva para a realidade econômica do país, até
onde soube. E as ovelhas? É da sua natureza só baixar a cabeça, ou balança-la
dando o de acordo e resolvido. É assim que funciona no governo episcopal puro.
10.Em 2015, com a morte de um líder
denominacional, aos 78 anos, deixou a direção da Igreja a cargo da esposa, com
69 anos. Hoje ela tem 78 anos e a denominação vive dias conturbados em torno do
patrimônio da respectiva denominação. Afirmo: É mais um caso emblemático onde a
Igreja é vista como uma empresa familiar. (base notícias uol – 26/06/2024). Pesquisa
em 17/12/2024.
11.Quando estudamos Igreja Organização versus Igreja Organismo, como quase tudo se faz em nome de Deus, alguns pensam ingenuamente que as linhas que as distinguem são muito próximas. É um engano com o fator humano no meio. E com o temor a Deus se esvaindo, só tende a piorar. A situação é mais crítica no meio da onda neopentecostal a partir da década de 1970, 1980 para cá.
12.Direto ao ponto: É fato que temos bons perfis denominacionais no Brasil. Entretanto, a Igreja Evangélica Brasileira precisa urgentemente rever, avançar nos Estatutos, Regimentos para solidificar regramentos administrativos, com decisões colegiadas, não episcopal unilateral, alternância de poder com limites de reeleições convencionais estaduais e nacionais, evitando gerar vínculos viciosos com "sensação de dono", bem como tapar brechas para que a gestão e o uso do poder na Igreja de Cristo não se corrompa no contexto do denominacionalismo.
13.O belo nisso tudo é a soma de empenho, esforços em prol do avanço do Evangelho. Existem pessoas que jamais viriam a ser um pentecostal, mas se converteu no meio batista, presbiteriano. O inverso também é verdadeiro. A Igreja é a multiforme sabedoria de Deus.
14.E não por tudo, mas em tudo, seja Deus engrandecido. O forte da Igreja de Jesus está no aspecto Organismo. “O vento assopra onde quer...” (Jo 3.8). O semeador planta, porém a vida está na semente, a Palavra de Deus.
15.Quando nos distraímos com
as estruturas da Igreja – sejam edifícios físicos ou hierarquias – corremos o
risco de perdemos de vista o Senhor da Igreja, o Cristo vivo, a centralidade da
fé cristã.
Vem Jesus! Arrebata a tua Igreja. Amém!
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 17/12/2024.
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