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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

A Parábola do Servo Inútil.

Texto: Lucas 17.7-10

Introdução: A Parábola em reflexão, nos ensina preciosas lições:

1.A ênfase de Jesus está no ofício de servir. Quem é servo e quem é o Senhor.

2.Quem éramos e quem hoje somos nos remete à liberdade em Cristo.

3.Responde-nos como servir no Reino de Deus sem aplausos dos homens. O Feedback é útil, ajuda-nos na direção de servir melhor.

4.Ela também oferece um diploma depois de feito tudo, para quem o desejar. A Teologia Coach passa de longe da proposta pedagógica: "O servo Inútil".

5.A avaliação final no servir fica para o Tribunal de Cristo, no porvir.

I – O contexto histórico da parábola e o que era ser um servo?

a) Um escravo adquirido pelo seu dono, muitos deles prisioneiros de guerras, em feiras livres, entre os animais, sem vontade própria, nenhuma liberdade, sem nome, com as orelhas furadas e nelas colocadas argolas de ferro, com o nome de seu proprietário. Viviam somente para servir e proveito dos seus senhores.

b) E partir desse contexto histórico, Jesus se utiliza para ensinar aos discípulos acerca do ato de servir e conclui dizendo: “Assim também vós...”.

II – No texto, identificamos três estágios até conhecermos a Cristo: Escravidão, liberdade e serviço voluntário.

a) Via de regra, todos nós passamos pelos três estágios.

b) No NT, há dois termos no grego com o sentido de resgate – agorázo e lutróo.

- Agorázo transmite a ideia de se comprar um escravo no mercado e levá-lo para casa.

- O verbo lutróo, significa “comprar e libertar”.

Em I Pd 1.18-19, o verbo resgatar significa “obter à custa de sacrifício”. Assim sendo, a interpretação dos verbos citados nos permite deduzir:

1.O preço que Jesus pagou por nós foi o seu sangue. 

2.Cristo nos comprou e nos libertou do mercado de escravos do mundo. E ao nos comprar, Ele nos devolveu a liberdade.

3. Não podemos mais ser vendidos como escravos.

4. Agora somos da família de Deus e co-herdeiros com Cristo.

III – O Serviço a Deus na Igreja Primitiva.

a) Certamente não dependia de holofotes humanos.

b) O Apóstolo Paulo tinha uma satisfação profunda no espírito e se deleitava, falava alegremente, “eu servo de Jesus Cristo”, preso do Senhor. Viveu o que pregava (Ef 3.1;4.1; Fl 1.1).

d) A piedade não era causa de ganho material. E hoje?

e) A piedade proveitosa, fecunda é com alegria, sem interesses escusos.

f) No ato de servir havia desprendimento, abnegação: Nada trouxemos e nada levaremos.

g) Aos obreiros Pedro instruiu: Cuidar do rebanho do Senhor, não por força, mas voluntariamente, sem ganância e sem exercer domínio (I Pd 5.2-3). Deus jamais deu ao homem domínio sobre os outros, deu sobre os recursos da Criação (Gn 1.26-30).

Somos instruídos a servir com firmeza e constância, sempre abundante, conscientes de que o nosso trabalho não é vão no Senhor (I Co 15.58). 

IV - No ato do servir no Reino de Deus, como estamos agindo?

1.Primeiro, me chama a atenção agendas eclesiásticas sobrecarregadas de atividades internas e pouca atividade externa. Será que não estamos um tanto voltados para dentro? Pouca ação social, pouca evangelização. Que sejamos Igreja mais relevante!

2.Não se aliene pensando no Reino de Deus em torno do denominacionalismo.

3.Temos a mais sublime mensagem de transformação e muitos segmentos do Reino de Deus estagnaram. Como estamos plantando e regando? Crescimento quem dá é Deus!

4.Hoje vemos com certas vaidades humanas, preocupação com títulos, posição e culto à personalidade.

Leonardo Ravenhill (1907-1994) – Evangelista Inglês – Fez um lamento da Igreja onde viveu e serviu (Na Europa e EUA): 

“A Igreja começou num avivamento e está terminando num ritual. Começou com uma força viril, hoje termina estéril. Os membros fundadores eram indivíduos de grande fervor e nenhum título; hoje temos muitos títulos, mas nenhum fervor”.

5.Um dos problemas grave na Igreja hodierna: Há senhores demais, servos de menos.

Paulo César canta: “Quem antes era servo, agora se acha Senhor e diz para Deus como ele tem que ser”.

                                  Conclusão

1.Pare, avalie hoje sua voluntariedade, enquanto servo do Senhor.

2.O que esperamos no servir? Reconhecimento? Aplausos? Alisamento do ego?

Escreveu Paulo: “E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3.17).

3.Sirva ao Senhor com amor e respeito às autoridades delegadas por Deus - Não aja com subserviência, sem personalidade própria.  Sirva com temor e consciência cristã. Não fira nem omita a verdade. Bajulações e falsa humildade funcionam por um tempo. Viva o Evangelho de valor que honra a Cristo!

4.Cuidado com as conquistas e as realizações! Precisamos manter as motivações sadias. É possível fazer o certo de forma errada.

Luiz Felipe Pondé, professor e filósofo afirmou: “O sucesso, seja ele físico, financeiro, intelectual ou imaterial, sempre foi um desafio: o risco do sucesso é deformar a alma”.

5. Portanto, amados irmãos, há uma diferença substancial entre os valores do Reino de Deus e os deste mundo. E notadamente nos quesitos de liberdade, poder, liderança, submissão, humildade, méritos, honras, recompensas e serviço na Casa de Deus. Amém!

Nota – Estudo baseado em preleção do Arcebispo Dom Paulo Garcia – Igreja Episcopal Carismática do Brasil – Recife (PE),  +- ano 2012.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN – 14/03/2024 (Revisão).

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