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domingo, 12 de outubro de 2025

O Corpo Humano, uma Criação de Deus.

 

Sl 139.14-16 — “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia”.

Introdução

1.Vivemos dias de tantas distorções sobre identidade de quem somos e os propósitos da vida humana. É muito oportuno para afirmar verdades bíblicas sobre a dignidade do corpo, seu valor espiritual, seja no culto ao Deus eterno e na comunhão cristã.

2.A ciência busca desvendar e está fascinada com os mistérios do corpo humano, enquanto isso o cristão sabe e crê que é criação poderosa e perfeita da mão de Deus.

3.Conforme Hb 11.3 a fé nos dá essa visão e entendimento a respeito de tudo que Deus fez.

4.Fomos criados um ser tricotômico – corpo, espírito e alma. E diferente dos anjos, são espíritos, não tem corpos, temos um corpo para habitarmos e vivermos uma e única existência na dimensão material.

5.Quando vejo pessoas sofrendo com deformidades, deficiências a partir do corpo, não creio ser esta a vontade de Deus, houve sem dúvidas acidentes de percurso na concepção, formação e gestação. Mas, onde houver fé, essas realidades podem ser alteradas para glória de Deus.

I. O Corpo – Uma Maravilhosa Criação de Deus

1.Fomos feitos do pó da terra - Em sua sabedoria e infinito poder, Deus fez o corpo do homem (adam) do pó da terra (adamah) (Gn 2.7); uma estrutura magnífica composta, segundo estimativas, por cerca de 37 trilhões de células, tecidos, órgãos e sistemas, cujo funcionamento desafia a mais moderna ciência. Deus, o Criador, valendo-se da matéria-prima tão comum, do pó, soprou-lhe o sopro da vida, fazendo-o um ser vivente. Ou seja, feito do mais ordinário e do mais sublime, do seu Espírito (Hb 11.3; At 17.22-28; Rm 11.33-36).

2. Deus, Criador e Procriador - De uma das costelas de Adão, formou Deus a mãe de todos os viventes, Eva, um corpo da mesma natureza (“...ossos dos meus ossos e carne da minha...porquanto do varão foi tomada – Gn 2.23), igualmente maravilhoso, porém, tão distinto em anatomia, fisiologia e genética (Gn 1.27; 3.20).

Como os descendentes dos primeiros pais são formados no ventre materno? As Escrituras mostram que assim como na formação do primeiro homem e da primeira mulher, Deus é o Autor das vidas de todas as pessoas (Sl 139.13-15; Jr 1.5).

O ato de procriação Ele mesmo estabeleceu, pela união íntima de homem e mulher (macho e fêmea) (Gn 4.1; Sl 33.15; Zc 12.1; Is 57.16).

3.A Formação Integral do Indivíduo – Na Bíblia fala claramente da existência de vida humana completa (corpo, espírito e alma) ainda no ventre (Gn 25.22; Lc 1.15,39-44; Gl 1.15).

Ressalto a grande perversidade da prática abortiva hodierna, contrária ao sublime valor da maternidade, que deve ser cercada de cuidado e proteção — e conduzida em temor, amor e devoção (Sl 127.3-5; Sl 128.3).

Uma boa nutrição física, afetiva e espiritual deve começar desde o início da gestação. Isto é ciência, é o pré-natal. Quantos adultos subnutridos, nas drogas, no alcoolismo, escravos e indisciplinados nos mais diversos vícios, automedicados, geram filhos, apesar disso tudo, há milagres do alto, todavia gerações sequeladas.

II. O Corpo e a Glória de Deus

1. A arte do Criador - Em poesia Davi descreve a ação divina na formação do corpo humano no ventre materno apresentando Deus como o tecelão (Sl 139.13-15). Na versão Tradução Brasileira (TB) usa a expressão “primorosamente tecido”, adjetivando a criação divina descrita nos versículos 13 e 15.

A Bíblia não depende de confirmação, entretanto é oportuno dizer que a ciência reconhece a formação dos órgãos e sistemas do corpo humano exatamente dos tecidos formados pelas células presentes no embrião.

Eis a razão porque o salmista externou sentimento de gratidão na criação e formação do corpo humano: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado” (Sl 139.14).

2.O perigo dos extremos – Com o corpo devemos ter em conta o seu devido valor. No passado, no maniqueísmo, o platonismo e o gnosticismo ensinaram ideias que viam a matéria de forma negativa, considerando o corpo algo essencialmente mau. Enquanto na Grécia, o culto ao belo era praticado.

O desequilíbrio persiste. Vícios, automutilações e outras atitudes extravagantes deformam e desonram o corpo (Lv 19.28; I Ts 4.4). O narcisismo pós moderno, é marcado pela supervalorização do corpo em detrimento do imaterial, a alma e o espírito. O ego é alisado na indústria da estética, via cuidados físicos e cosméticos em excesso.

Há grande diferente entre amar o próximo como a si mesmo, ao invés de ser presunçoso e amante de si mesmo (II Tm 3.2).

A Bíblia enfatiza aos homens que mais importa a beleza interior do que a exterior (I Pd 3.3-5). O exercício físico tem a sua importância relativa.

Cuidar do corpo é sentimento salutar básico. Mas, o cristão deve ser equilibrado em tudo (I Co 6.12).

Reflitamos: O que fazemos com o corpo glorifica a Deus ou visa agradar a nós mesmos? (Rm 14.21; 15.1-6).

III. O Corpo e a Coletividade 

1.A prática relacional - Deus nos fez seres relacionais, gregários e sociáveis. Temos necessidades e deveres que vão além de nossa individualidade. Não fomos criados para viver isolados social ou afetivamente.

Dois extremos – Procurando sempre agradar aos outros ou vivendo para agradar a si mesmo. São beiras de precipício com quedas a vista na vivência humana, sem moderação e bom senso. O ideal é agradarmos a Deus.

Relacionamentos, comunicação, comunhão a distância, considerando que vivemos no corpo e por ele expressamos ações e sentimentos, vai espelhar limitações e fragilidades nas relações humanas.

Mesmo na Era Digital o contato físico continua sendo essencial para a vida humana. Como está nossa comunhão?

2.A prática congregacional - Como não somos anjos, o corpo é um elemento fundamental de interação na Casa de Deus.

As Escrituras nos advertem da necessidade da reunião coletiva, da vida congregacional (Hb 10.24-25). Não há recomendação bíblica para o cultivo de uma fé individual ou meramente virtual.

Sejamos sábios e prudentes: o movimento dos desigrejados é antibíblico e altamente prejudicial à verdadeira vida cristã (Ef 4.1-3; I Ts 5.11-15).

O corpo deve ser instrumento de comunhão e adoração coletiva, valorizando os relacionamentos e o culto presencial.

IV - Cuidados Solenes com o Corpo

Lv 19.28 - Não é conveniente fazer marcas no corpo. Muito menos, mutilá-lo.

I Ts 4.4 – Na perspectiva cristã devemos lidar com o corpo em santificação e honra.

II Co 5.10 – Como cristãos tudo que fizermos por meio do corpo, isto é, nessa existência, daremos conta ao Senhor Jesus no Tribunal de Cristo. Os não arrependidos, o farão no Juízo Final (Ap 20.11-15).

I Co 6.19-20 – No cristão resgatado pelo sangue de Jesus Deus habita, uma vez que nos tornamos templo e morada de Deus, pelo Espírito.

Ec 12.7 – Quanto à matéria corpo, viemos do pó e ao pó tornaremos, não é sábio sermos vaidosos, vivendo essa existência como interminável. Aqui somos forasteiros (I Pd 2.11; Hb 11.13), preparemo-nos para eternidade.

I Jo 2.15-17 - Não nos deixemos ser engolidos, dominados pela ditadura da beleza física. Cuide mais do seu interior, espírito e alma alinhados aos valores cristãos, não mundanos os quais são passageiros.

I Tm 4.8 – Há quase 2.000 anos o apóstolo Paulo afirmou: Exercício físico para pouco aproveita, só serve para essa vida. Enquanto a piedade reverbera no além-túmulo. Invista na eternidade e que seja com Deus. Muitos viverão uma eternidade sem Deus, ou seja, separados dele. Será a pior tragédia para o espírito e a alma humana.

Conclusão

1.O nosso corpo é uma criação divina extraordinária, devemos honrá-lo em santificação diante de Deus e dos homens, tanto individualmente quanto em comunhão com outros e seja Deus glorificado em tudo (I Ts 5.23).

2.A verdadeira adoração ao Criador abrange a integralidade do ser, o que inclui todo o nosso corpo em sacrifício vivo no culto racional (Rm 12.1).  

3.A morte não é o fim da existência humana. Somos um espírito, temos uma alma e habitamos temporariamente num corpo (Ec 12.7).

4.A ressurreição cristã é do corpo (Jo 5.28-29; 20.26-29; I Co 15.51-54). O espírito e a alma são imortais. E quando morremos aguardam a ressurreição no estado intermediário. Você tem essa esperança em Jesus Cristo?

5.Enfim, a causa-morte é atestada no corpo daquele que daqui parte. No corpo está o limite desta existência. Enquanto pulsar sinais vitais, temos vida na matéria. Amém!

Fontes da pesquisa:

Lição EBD/CPAD – 4º trimestre de 2025.

Bíblia Sagrada.

Anotações de estudos pessoais.

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 12/10/2025.

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