Mt 10.28 - “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”.
Introdução1.A alma juntamente com o
espírito é a parte imaterial do homem, criado por Deus à sua imagem e
semelhança.
2.Cuidar da alma, envolve
zelar pelos sentimentos/emoções, produções mentais (atividades do intelecto) e
disciplinar a vontade nas decisões e escolhas.
E que comece cedo, desde a
infância - Disciplinar a criança faz bem à alma (Pv 23.13-14).
3.Teorias materialistas
negam a existência da alma e sua responsabilidade moral, previnamo-nos contra
essa visão e seus enganos.
I – Atributos da Alma
A alma (heb. nephesh;
gr. psychē), frequentemente traduzida como ‘vida’ resulta da união de
corpo e espírito. A alma inclui a mente, as emoções e o livre-arbítrio.
Estudar a natureza da alma humana
fortalece a fé cristã ao revelar a dignidade e a responsabilidade do ser humano
diante de Deus.
O homem no Gênesis –
Vemos que a parte imaterial do ser humano o distingue dos animais irracionais, a
partir da forma especial quando foi criado (Gn 2.7).
O homem é um ser pessoal,
criado à imagem de Deus, com autoconsciência e autodeterminação.
Sua capacidade de administração - A
ele Deus deu o governo sobre toda a obra criada (Sl 8.3-6): “[...] enchei a
terra, e sujeita-a; e dominai [...]” (Gn 1.28). Compreensão e decisão moral é
resultado do caráter consciente e autônomo da alma humana, tais como: lavrar e
guardar o jardim (Gn 2.15), discernir entre o certo e o errado e fazer escolhas
(Gn 2.16-17), dar nomes aos animais (Gn 2.19).
A afetividade do homem –
Observa-se quando Deus lhe prover uma companheira (Gn 2.18) e na expressão de
satisfação de Adão ao receber Eva, em Gn 2.23 – “E disse Adão: Esta é agora
osso dos ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do
varão foi tomada”.
Atributos ou faculdades da
alma
– Emoção/sentimento, razão/ intelecto e a vontade. É, portanto, a sede dos
afetos, raciocínio, impulsos, desejos e decisões. Nela e dela flui,
manifesta-se a personalidade humana criada à imagem de Deus.
Na comunicação com o mundo
físico e com Deus o ser humano o faz por meio da alma e do corpo. Aliás, as
entradas da alma (audição, visão, olfato, tato e paladar), estão no corpo.
Os sentidos na Neurociência
Os cinco primeiros citados são menos
importantes, porque o que conta para neurociência são os sentidos que mais
demandam “consumo de neurônios” da atividade cerebral.
A neurociência avançou e há uns cinco anos reconheceu em estudo cerebrais, mais dois sentidos humanos.
O número um, o sentido mais importante, é a interocepção - É a informação que chega ao cérebro sobre o que acontece dentro do organismo. O que está acontecendo dentro dos órgãos. Estamos falando do coração, da respiração, do estômago, do intestino.
E o número dois em prioridade é o sentido da propriocepção - A informação que chega ao cérebro sobre como está meu corpo por fora, a postura (curvado ou não), os gestos (levantar a mão...) e as sensações (raiva, alegria, tristeza...) que tenho por todo o corpo.
Para ter, alcançar comunhão com Deus, a alma atua em conjunto com o espírito. Pode-se dizer, então, que a alma se expressa pelo corpo no mundo homens e pelo espírito pode se conectar com Deus, o Ser Divino.
João 4.23-24 – “Mas a hora
vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e
importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.
Deduz-se presentes a alma e
espírito na adoração ao Deus verdadeiro.
No seu cântico, Maria assim
se expressou:
Lc 1.46-47 – “Disse então
Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus
meu Salvador”.
II. A Natureza da Alma: Imaterialidade
e Imortalidade
Mt 10.28 – “E não temais os
que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer
perecer no inferno a alma e o corpo”. O que Jesus queria ensinar no texto
citado?
a) Jesus expõe clara
distinção de substâncias entre as partes material e imaterial do homem:
O corpo – atingido
fatalmente é perecível pela ação humana;
O espírito e a alma – Não podem
ser destruídos pelo homem.
b) Há vários textos nas
Escrituras onde a parte imaterial é representada ora pela alma, ora pelo
espírito (Ec 12.7; Tg 2.26; Ap 6.9). E essas referências abrangem ambas as
substâncias devido à sua inseparabilidade, bem como ‘Alma’ é um termo polissêmico — uma mesma
palavra com vários significados dependendo do contexto.
A alma humana é mortal ou imortal?
“A alma do homem constitui uma substância espiritual, incorpórea, invisível e imortal” (Dn 12.2; Mt 25.46; Lc 16.22-25; Ap 20.10-15).
Daniel 12.2 - “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”.
Mateus 25.46 – “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”.
Apocalipse 20.10 – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”.
Apocalipse 20.15 – “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”.
I Coríntios 15.52-54 – “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória”.
Mt 25.41 - "Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos”.
Os movimentos Adventismo e o Jeovismo, negam a imortalidade da alma e pregam o aniquilacionismo, a extinção da alma como condenação divina, não o sofrimento eterno como consta na Bíblia. Preferem sofismar, ao invés de afirmar as Escrituras.
Logo, o texto sagrado não corrobora com o ensino herético do aniquilacionismo. Em nenhum lugar na Bíblia faz menção à extinção da alma e sim a sofrimento eterno, fogo eterno. E morte é sempre no sentido de separação (física, espiritual e eterna), não destruição total.
Imaterialidade e
responsabilidade pessoal - Ao tratar do perecimento da alma e do
corpo no Inferno, Jesus chama atenção para a responsabilidade moral humana,
refutando os pensamentos meramente antropológicas e materialistas.
A alma está tão intimamente conectada à
personalidade interior que o termo é usado, às vezes, como sinônimo de ‘pessoa’
(Lv 4.2; 7.20; Js 20.3).
O homem no marxismo –
Prega-se que o homem se resume à matéria, ignorando a existência de uma alma
consciente após a morte (Lc 16.19-31).
“A ideologia ateísta nega
a pecaminosidade e a responsabilidade moral do indivíduo - Considera que o
mal é estrutural; que a culpa é da sociedade; que as pessoas individualmente
são vítimas de estruturas opressoras. Identificam pecados sociais, mas não
individuais”.
Logo, desconsidera a
necessidade de arrependimento, conversão e salvação pessoal e mantém as almas
de seus adeptos sem esperança de vida eterna (At 3.19; Jo 17.3).
Materialismo e teologia - A
natureza humana vai além das questões político-ideológicas. Há duas correntes
teológicas que se alimentam da dialética marxista e de suas concepções
socioeconômicas e tiram Deus da realidade social, como desnecessário: Defendiam
que tudo se resolveria pela luta de classes. Dizia Max: “religião é o ópio do
povo”.
No campo católico, inspira a
Teologia da Libertação. No protestantismo, a Teologia da Missão Integral. Em
certa medida são engodos comunistas.
Mas recente, a estratégia
mudou: Desde a chamada Escola de Frankfurt (na Alemanha, década
de 1920, principais pensadores: Theodor Adorno, Max Hokheimer, Hebert Marcuse,
Walter Benjamin e Erich From, sofreram influência marxista, de Freud e
Nietzsche ferrenho crítica da moral ocidental...), pelejam para desconstruir a
cultura e fé cristã, notadamente no Ocidente. Agora, a guerra é cultural, não
de classes sociais contra as outras.
Todavia, toda negação da
condição pecaminosa do homem é, no mínimo, um ateísmo prático,
independentemente do viés que venha representar.
Lm 3.39 – “De que se queixa,
pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados”.
Tt 1.15-16 – “Todas as
coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis;
antes o seu entendimento e consciência estão contaminados. Confessam que
conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes e
reprovados para toda a boa obra”.
Na morte física o espírito
humano e a alma continuarão a viver, a existir. E aguardam a ressurreição do
corpo e uma prestação de contas (Jo 5.28-29; Rm 14.11-12) diante de Deus.
III. Alma Renovada e
Submissa a Deus.
1.Edificação e saúde – O
homem que se reencontra com Deus pode alcançar estabilidade, seguindo com os
devidos cuidados com a alma e seu destino (Lc 12.13-21).
a) A oração é um meio eficaz
para nos livrar da ansiedade, um transtorno de dimensão global (Fp 4.6; 1Pe
5.7).
b) Deus nos dá sua paz e
protege nossas emoções e pensamentos (Fp 4.7); e nos guia no caminho de sua vontade
(Cl 3.15).
c) Nossa parte é alimentar
nossa mente apenas com o que edifica (Fp 4.6-8). O que falamos? O que ouvimos?
O que lemos? O que vemos?
d) Os hábitos diários
determinam a saúde de nossa alma (Sl 1.1-2).
2.Purificação e renovo - Provérbios
4.23 – “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração (alma, mente),
porque dele procedem as fontes da vida”.
Ainda quanto aos cuidados da
alma, a Bíblia nos adverte:
a) dos maus pensamentos (Mt
15.19);
b) dos desejos impuros e
perversos (Tg 1.14,15; Pv 21.10);
c) e das intenções e
inclinações malignas (I Pd 2.1; Nm 21.5).
E assim purificar e renovar
nossa alma (I Pd 1.22; Ef 4.23,24), para podermos ser transformados e experimentarmos
a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2).
Conclusão
1.Ao cristão cabe-lhe se
disciplinar em santificação, o que inclui a contínua rejeição aos pensamentos,
sentimentos e desejos pecaminosos, mantendo pura a sua alma (I Pd 1.22; I Jo
1.7).
2.E Jesus, nosso amado
Senhor, nos deixou a sua paz e não como o mundo a dá, efêmera e superficial. A
sua paz é uma âncora para nossa alma.
Dizia São Tomaz de Aquino:
“O homem nasceu para Deus e só se realiza em Deus”. É o Senhor que sacia a alma
sedenta (Sl 107.8-9).
3.Quanto vale uma alma? De
nada adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma (Mt 16.26). O seu valor é
inestimável.
Fontes da pesquisa:
Lição EBD/CPAD – 4º
trimestre de 2025.
Bíblia Sagrada.
Artigo
- Temos 7 sentidos - e os 5 mais conhecidos são os menos importantes', diz
neurocientista – A espanhola Nazareth Castellanos, pesquisadora do Laboratório
Nirakara-Lab e professora da Universidade Complutense de Madri, na Espanha —
Arquivo pessoal via BBC – 26/02/2023 - Pesquisa em 21/03/2024).
Anotações de Estudos Pessoais.
Por Samuel Pereira de Macedo
Borges
Natal/RN, 30/10/2025.

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