A fascinação por anjos tem tomado conta das pessoas dos mais diversos níveis de educação e cultura, na vida real e na ficção.
De acordo com o Catálogo Brasileiro de Publicações - CBP, da Livraria Nobel, hoje há mais de 50 títulos angelicais no Brasil, fora outras editoras alternativas que não constam dessa lista. A crença em anjos é praticamente universal nas mais variadas culturas. Há anjos para todos os gostos na ótica da fé popular e mística: Eles estão presentes no teatro, na televisão, na arte, na música, na literatura e nos filmes, mui especialmente, em revelações, visões da espiritualidade contemporânea como um mentor, guia, guarda, cumpridor de ordens e atendem desejos.
Eles são "amorosos" e interessados em se relacionar com as pessoas e estas precisam buscar e desenvolver uma percepção espiritual mais elevada. É o que ensinam os movimentos holísticos, cósmicos, ecológicos, panteísta, de meditação transcendental, o esoterismo, hinduísmo, nas sessões de consulta aos mortos, na parapsicologia, na confissão positiva e outros sincretismos religiosos.
Não pretendo fazer um tratado a respeito da doutrina dos anjos, entretanto quero chamar à atenção para um ponto crucial dessa febre por anjos. É necessário sabermos por uma fonte fidedigna, quem são os anjos? O que fazem? Obedecem ordens de alguém? São donos de si?
1. São seres espirituais criados por Deus.(Jó 38.7;Ez 28.13-14) E podemos afirmar que são filhos de Deus por criação. Adão por formação, Israel por eleição, a Igreja por adoção e o próprio Cristo, filho por geração.
2. Tanto no hebraico como no grego o vocábulo anjo significa mensageiro. Está presente em 25 livros da Bíblia, num total de 300 vezes. Ou seja, espíritos ministradores enviados para servir em favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.6,14). Não é verdade que todo humano tem um anjo da guarda (Sl 34.7).
3. A Bíblia fala de anjos sob o comando divino (Sl 91.11;Hb1.6-7). São inúmeros os textos de anjos cumprindo missões sob a determinação de Deus. Mas, a Bíblia também fala-nos do diabo e seus anjos. São denominados de espíritos imundos, espíritos malignos e expressões afins, todos a serviço de satanás (12.24;25.41; II Pd 2.4).
4. Os anjos são seres poderosos, são maiores em força e poder do que os homens (II Pd 2.11). Todavia, caídos ou não, não são donos de si. São limitados tanto em conhecimento como em poder (Dn 10.13; Mt 24.36; Ap 12.7-9). Diante de Jesus Cristo, demônios se declararam derrotados e até para entrar numa manada de porcos, precisaram de uma permissão de Jesus (Mc 5.7-13).
5. Enquanto há movimentos místicos orientando, incentivando pessoas esvaziarem a mente e o coração, abrindo suas individualidades, personalidades e consciências para entidades espirituais altamente temerárias, a Bíblia recomenda a não dá lugar ao diabo. Aconselho a todos que estão caindo no conto do vigário de “anjos”: Por amor a sua alma, não façam mau uso do livre-arbítrio que Deus vos deu.
Nessa impressionante “festividade angelical entre os humanos”, como gurus e guias, protetores daqueles que buscam contatos através deles com mundo espiritual é onde mora o perigo, riscos fatais de serem enganados, enrolados, cegados, e milhares tem caído na areia movediça do ocultismo e nas mais diversas maneiras de engodos de religiões e seitas, inspiradas pelo arqui-inimigo de Deus e dos homens, criados à sua imagem e semelhança, e coroa da Criação. Está escrito: O diabo anda buscando a quem possa tragar. Disse Jesus: sua missão é matar, roubar e destruir, enquanto que Ele veio para dá ao homem vida e com abundância (João 10.10).
Meus semelhantes! Onde está o maior engano de que procuro com amor lhes esclarecer para que escapem das garras, das teias das trevas? Deus não criou anjos para serem mediadores entre Ele e os homens.
Anjos a serviço de Deus, o Pai, e de seu filho Jesus Cristo, não servem para:
1. Contrariar as Escrituras Sagradas com "novas revelações”;
2. Receber adoração e confetes pelo que fazem;
3. Ser o centro da cena em aparições. Cumprem a missão e ausentam-se;
4. Fazer a sua vontade, muito menos média com os homens;
5. Tomar o lugar do Espírito Santo, agente por excelência do agir de Deus no meio daqueles que nele crêem, guiando-os em toda a verdade, na presente era (Jo 14.16-17;15.26;16.13).
6. Enfim, anjos não servem para usurpar a função mediadora exclusiva de Jesus Cristo, entre Deus e os homens (João 14.6; Atos 4.12). Qualquer ser, seja humano ou espiritual, ensino religioso ou sistema filosófico que proponha outra forma de o homem se chegar a Deus-Pai, sem ser via Jesus Cristo, é espúrio, falso, enganoso e portanto, ineficaz. Somente aquele que subiu, padeceu no calvário, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, dá legítimo acesso a Deus, o Pai.
Está escrito: "E conhecereis a verdade e verdade vos libertará” (João 8.32).
Samuel P M Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Agosto/2011 - Natal RN - revisado em Maio/2022.
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