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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A solução do problema gay na perspectiva cristã


Com a presença de tantos homossexuais na cidade grega de Corinto e a completa ausência de normas contrárias e de reações homofóbicas na sociedade grega, bastaria a Paulo instituir o casamento gay e combater apenas a orgia homossexual.

Mas não foi isso o que ele fez nem o que aconselhou. Em sua primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo é bem explícito: “Já que existe [aqui em Corinto] tanta imoralidade sexual, cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido” (1Co 7.2, NTLH).

Para não se colocar contra a maré, contra a cultura, contra a opinião pública, contra os deuses (Apolo em especial) e contra a “corintização”, Paulo deveria ter prescrito no máximo a monogamia homossexual: “Já que existe em Corinto tantos prostitutos, tantas orgias homossexuais, cada homem deve ter o seu próprio homem, e cada mulher, a sua própria mulher”.

Se somos realmente cristãos, se devemos obediência às normas preestabelecidas desde a criação, se entendemos que a Bíblia é a Palavra de Deus, se reconhecemos a autoridade do apóstolo Paulo, autor de treze dos 27 livros do Novo Testamento, o casamento gay deve ficar totalmente fora de cogitação.

A rigor, e para os cristãos, a questão gay tem de ser enfrentada de outra maneira. Permanecer no armário ou voltar para ele não resolve. Casar-se com o parceiro do mesmo sexo não resolve. Adotar e criar filhos ora sem mãe ora sem pai não resolve. Fazer uma leitura gay da Bíblia não resolve. Filiar-se a uma igreja gay e ter pastores e bispos homossexuais não resolve. Livrar-se de qualquer preconceito por parte da sociedade não resolve.

Isso não quer dizer que não haja solução para a pessoa que nasceu com dificuldade heterossexual ou com tendência homossexual, para a pessoa que recebeu no lar estímulos contrários à heterossexualidade, para a pessoa que foi levada ao homossexualismo por causa de abusos sexuais cometidos por familiares ou estranhos, para a pessoa que chegou a essa situação por curiosidade e para a pessoa que tornou-se homossexual em função da propaganda da homossexualidade (novelas, filmes, internet, paradas gays etc.). A solução é a graça de Deus, que ela deve buscar persistentemente. A graça de Deus a levará à conversão, como aconteceu com certo número de pessoas em Corinto (1Co 6.11). Trata-se, honestamente falando, de um milagre, algo inexplicável operado pelo Espírito Santo. Embora dependente da soberania de Deus, a gênese dessa experiência religiosa tem muito a ver com o ministério da igreja, que precisa orar, amar, acolher, compreender o drama da homossexualidade e comunicar as boas novas da salvação.


A participação de profissionais da saúde não deve ser descartada nem pela igreja nem pela medicina. Na verdade, a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia não “impede os psicólogos de atenderem pessoas que queiram reduzir seu sofrimento psíquico causado por sua orientação sexual, seja ela homo ou heterossexual”. A proibição, continua o documento, “é claramente colocada na adoção de ações coercitivas tendentes à cura e na expressão de concepções que considerem a homossexualidade doença, distúrbio ou perversão”. Naturalmente, os pregadores do evangelho não estão proibidos, à luz da Bíblia, de condenar como pecado a prática homossexual, desde que chamem todos os outros pecados de pecado e desde que anunciem também a graça de Deus.

A conversão não significa obrigatoriamente que o ex-homossexual ou a ex-lésbica precisa contrair matrimônio com pessoa de sexo diferente. A aceitação do evangelho e o compromisso com Cristo indicam uma mudança radical no estilo de vida, seja qual for o estado civil. E o mesmo se requer do heterossexual solteiro ou casado. No final das contas, a moral sexual cristã não visa apenas os homossexuais, as mulheres e os casados. Ela é também para os héteros, os homos e os solteiros, e em qualquer faixa etária (adolescentes, jovens, adultos e idosos).

A conversão não impede que haja um desagradável descuido que provoque uma acidental queda, que deve ser confessada e abandonada para ser perdoada (1Jo 1.9). Entre os muitos problemas de comportamento que havia na igreja de Corinto, um deles era na área sexual.

O apóstolo temia encontrar, em sua próxima passagem por Corinto, alguns daqueles irmãos que haviam abandonado as imoralidades sexuais de volta a elas, fato que o humilharia muito e o faria chorar por eles (2Co 12.21). Era sabido que um deles havia sucumbido à tentação de deitar-se com a mulher de seu pai (1Co 5.1), embora, depois da disciplina, tivesse se entristecido amargamente e se arrependido (2Co 2.5-8).

Em vez de afrouxar as normas de conduta, o apóstolo as confirma: “Fujam da imoralidade sexual, [pois] todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo, [que] é santuário do Espírito...” (1Co 6.18-20).

Fonte: Revista Ultimato julho agosto 2010.

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