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domingo, 3 de março de 2024

O Batismo — A primeira Ordenança da Igreja

Texto base: Mt 28.19 - “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. 

1. Introdução

1.A Lição 9 – EBD/CPAD - Traz uma exposição da doutrina bíblica do Batismo em águas, uma ordenança para todo cristão.

2.O Batismo em águas é uma prática cristã que diz respeito a nossa identificação com Cristo, mediante o arrependimento e a fé.

3.A forma como se batizar e o seu propósito tem sofrido desvios na História da Igreja. Veremos na lição em estudo.

Objetivos da Lição

I) Pontuar os pressupostos bíblico-doutrinários do Batismo;

II) Explicar o símbolo e o propósito do Batismo;

III) Esclarecer a fórmula e o método do Batismo.

I. Pressupostos Bíblicos-doutrinários do Batismo

1. O Batismo visto como sacramento é um erro doutrinário - A tradição católica e alguns segmentos do protestantismo histórico veem a prática do batismo como um sacramento.

A palavra “sacramento” vem do latim sacramenntum, significando um sinal sagrado capaz de conferir graça àquele que dele participa. Nesse sentido, Agostinho (354-430 d.C.), bispo de Hipona, introduziu esse desvio na Igreja. Entendia o Batismo como sacramento, um rito que transmite graça espiritual independentemente da fé de quem o pratica. Um sinal visível de uma graça invisível, afirmava Agostinho. Sem base bíblica.

Sacramento versus Ordenança 

A palavra “sacramento” traz uma ideia de um ritual ou sinal que tem como resultado uma graça de Deus sendo transmitida ao indivíduo. Já a palavra ordenança traz a ideia de uma prática ou cerimônia prescrita no NT dentro de uma perspectiva memorial. Por exemplo, a Ceia do Senhor é um memorial do sacrifício do Senhor, instituído por Jesus e, por isso, deve ser celebrada por seus seguidores. Aliás, são duas as ordenanças para a Igreja: O Batismo em águas e a Santa Ceia.

E assim, em algumas tradições cristãs, o Batismo torna-se necessário para a salvação. Biblicamente, o batismo não é requisito fundamental para salvação. Mas, ordenado para todo o salvo em Cristo Jesus.

2.O Batismo - Uma ordenança dada por Jesus à sua Igreja

Mc 16.15-16 – “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.

Em Mt 28.19 ensinou a forma de praticá-lo - “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. 

Os apóstolos ensinavam o Batismo como uma ordenança. 

Atos 2.38 – “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.

Não há, portanto, no Batismo, um poder mágico capaz de transmitir graça para a salvação. É uma ordenança dada por Cristo a quem já foi alcançado pela graça, e não a quem quer obter alguma graça através dele.

Dizia Lutero: “Pensei que o velho homem tinha morrido nas águas do batismo, mas descobri que o infeliz sabia nadar. Agora tenho que matá-lo todos os dias”. 

3.O Batismo deve ser administrado aos adultos. O teólogo Agostinho que entendia o Batismo como um sacramento, defendeu também que os bebês, por haverem nascidos com o pecado original, precisavam ser batizados para serem salvos. Nesse caso, o Batismo serviria para anular o pecado original. Sem base bíblica.

João Batista e o Batismo de Arrependimento – João, o Batista, como precursor do messias, surge no deserto da Judeia, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados, estava preparando o caminho para pregação do evangelho da graça, como diz o texto “endireitando as veredas do Senhor” (Mc 1.2-5).

João também anunciava que viria um mais forte do que ele, do qual não era digno de desatar as correias das sandálias (Mc 1.7-8).

Aquele de quem falava batizaria não só em águas, mas com o Espírito Santo e com fogo (Lc 3.16). João nem o conhecia, porém lhe foi revelado ao vir ao seu encontro às margens do Rio Jordão (Jo 1.31-33).

O próprio Cristo foi batizado por João, no início de seu ministério público (Mt 3.13-17), para cumprir toda a justiça e o Pai deu dele testemunho do alto: “Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mc 1.11).

II. O Símbolo e o Propósito do Batismo

1.Símbolo do Batismo: Identificação com Cristo - O Batismo por imersão simboliza a união do crente com Cristo, por meio de sua a morte, sepultamento e ressurreição.

Rm 6.4 – “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida”.

Essa mesma verdade é afirmada na Carta aos Colossenses: “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl 2.12).

Então, o Batismo em água simboliza que o cristão morreu para a velha vida e agora tem nova vida em Cristo (II Co 5.17).

2. O Propósito do Batismo: Testemunho público da fé cristã – O Batismo é uma confissão pública da sua fé em Jesus. Isso significa que o crente, quando desce às águas batismais, está testemunhando de forma pública perante o mundo da sua nova vida de seguidor de Cristo.

Atos 2.41-42 - “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”.

Quem se candidata ao Batismo deve estar convicto e consciente da fé que abraçou. Aqui, não há território neutro (Cl 2.6). Enfim, o batismo é para salvos e convertidos que estão dispostos a seguir Jesus (At 8.12; 16.14,15).

3. No ato do batismo não há espaço para indecisão

a) Somente cristãos indecisos rejeitam ser batizados ou por não conhecer o significado do Batismo em águas.

b) Outrens por falta de convicção de fé não se batizam. Há crentes que entendem, após ser batizado não pode mais cometer qualquer tipo de falha. A Bíblia mostra que o crente deve evitar o pecado (I Jo 2.1).

c) O Batismo não pode ser visto como uma vacina que imuniza o cristão contra o pecado. Este é vencido quando se anda no Espírito (Gl 5.16).

d) Por outro lado, há muitos que rejeitam o Batismo justamente por falta de conversão. Estão conscientes das implicações que esse rito traz e não estão dispostos a cortar o cordão umbilical com o mundo.

At 2.38 – Podem e devem ser batizados aqueles que experimentaram o Novo Nascimento (Jo 3.5-7).

A pergunta fundamental na profissão de fé do batizando: “Quem você era antes de conhecer a Cristo e agora quem você é com Jesus?”.

Portanto, o Batismo é mais que ser obediente ao mandamento de Cristo. Relaciona-se com o ato de se tornar seu discípulo.

III. A Fórmula e o Método do Batismo

1.Fórmula trinitária do Batismo - Durante a Grande Comissão, Jesus orientou seus discípulos: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Essa é a fórmula trinitária do batismo cristão.

2. Fórmula herética do Batismo - Há grupos que seguem um tipo de *doutrina modalista. Um exemplo é o unicismo. Esse grupo batiza seus membros somente em nome de Jesus, citando Atos 2.38 e 19.5. Todavia, esses textos não negam a Trindade bíblica. E não desautoriza o que Jesus ensinou em Mt 28.19.

O que ensina o Russelismo ou os Testemunhas de Jeová:

UNICISMO: Essa crença diz que existe apenas UMA PESSOA, um Deus Todo Poderoso, mas que se manifesta de 3 formas diferentes. Ora essa pessoa se manifesta como Pai, ora como Filho, ora como Espírito Santo. Não é doutrina bíblica (para o russelismo).

UNITARISMO: É a crença oficial das Testemunhas de Jeová, conforme ensinada na bíblia (para o russelismo). Nesta crença temos apenas um Deus Todo Poderoso, que é o Pai Jeová. Jesus Cristo é uma pessoa distinta de Jeová e Filho Dele, sua primeira criação. O espírito santo não é pessoa, mas em termos simples, o poder de Deus (https://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com).

*Modalismo – Doutrina herética que nega a existência das três pessoas da Santíssima Trindade na Fé Cristã.

3. Imersão: o método bíblico do Batismo

a) Não encontramos nem vestígios da prática do Batismo por aspersão no Novo Testamento. Aspersão é ato de borrifar, respingar, molhar com pouca água.

b) O Batismo por aspersão é respingar água sobre o candidato ao batismo.

c) A palavra grega baptizo possui o sentido de “mergulhar” e “submergir” tanto na Bíblia como fora dela. Vários textos bíblicos mostram a prática bíblica do Batismo por imersão:

Muitas pessoas foram ter com João Batista para serem batizados por ele no Rio Jordão (Mc 1.5).

João batizava onde havia muita água (Jo 3.23).

Jesus foi batizado no Rio Jordão. E logo saiu da água (Mc 1.9-10).

Conclusão

1.O Batismo em águas não é um sacramento, como algo que transmita graça de Deus independente da fé do batizando. E como envolve arrependimento de pecados pessoais, não é bíblico batizar crianças.

2.O Batismo é uma ordenança ensinada por Jesus, mediante arrependimento e fé para os seus seguidores e discípulos (Mc 16.16; Mt 28.19). 

3.O Batismo em águas é para o convertido que deu crédito a pregação do evangelho, testemunhando da sua fé pública em Jesus.

4. Os batizandos devem ser batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, pelo método da imersão, simbolizando um sepultamento e ressuscitado em Cristo. Não há nenhuma referência no NT para se batizar pessoas por aspersão.

Fontes da pesquisa:

Lição EBD/CPAD – 1º trimestre de 2024.

Bíblia Sagrada.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 03/03/2024.

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