Teria Judas Iscariotes sido predestinado
para ser o traidor do seu mestre por força do que estava escrito (Mt 26.24-25),
e guia daqueles que prenderiam a Jesus (At 1.16), no curso final do seu ministério
terreno? E levado a julgamento e a condenação na rude cruz?
A profecia não predestinara
quem seria o traidor, e nem o isentaria da sua culpa. A profecia revelava o
evento futuro, cujo fato viria acontecer no ministério terreno de Jesus. Realça
sim! A Presciência Divina.
Nos evangelhos vemos a
descrição do mau caráter que era Judas Iscariotes, ao ponto de Jesus o definir
como o Filho da Perdição (João 17.12).
João 6.70-71 – Judas, sendo
um entre os doze discípulos escolhidos, tristemente, se deixou ser usado pelo
diabo. Estava dentro de uma chamada
específica (Lc 6.12-16;João 15.16; At 1.17), comporia mais tarde o colégio apostólico.
A lição maior: Todos temos responsabilidade
com a nossa vida cristã, na adoração, no testemunho e serviço diante de Deus. Quem
tiver uma chamada pessoal, saiba que envolve maior responsabilidade. A quem
mais for dado, mais se cobrará. Judas, mesmo aprendendo aos pés de Jesus, o
mestre dos mestres, nada lhe aproveitou.
João 12.4-6 – Judas era
um homem de personalidade leviana, e como tesoureiro do grupo (João 13.29, 30),
roubava dinheiro da tesouraria dos discípulos. Era um indivíduo falso, enganador
e ganancioso.
Judas Iscariotes era um
sujeito dissimulado. Diante do anúncio de Jesus de que havia entre eles um
traidor, foi tão frio a ponto de dizer: “Porventura sou eu, Rabi?” (Mateus
26.25). E Jesus ratifica: “Tu o disseste”.
Mateus 26.14-16,21 - Judas,
o traidor vendeu Jesus aos príncipes dos sacerdotes, a preço de um escravo (Êx
21.32. Zc 11.12), por trinta moedas de prata. E buscava ocasião para o
entregar.
Lucas 22.47-48 – Judas ainda
teve a frieza de identificar Jesus com o beijo da traição, para aqueles que o
foram prender.
A frase dirigida a
Judas, por Jesus, no Getsêmani, “amigo há que vieste?” (Mt 26.50), foi o último
aceno de misericórdia em seu favor. Porém, ele seguiu o seu coração tomado pelo
diabo (Mt 26.24; Lc 22.3-6; Jo 13.2, 26,30).
Mateus 27.1-5 – Judas
reconheceu a sua traição após Jesus ser condenado pelo Sinédrio Judaico. O texto em português registra que houve arrependimento, mas sua atitude de ser enforcar
revela mais remorso do que arrependimento. Certamente não houve em Judas
tristeza segundo Deus, para um arrependimento eficaz (II Co 7.10).
Em Mateus 27.3 – METAMELOMAI
(grego) - Significa mudança de afeição de alguém, pesar, e vem sempre acompanhada
com o sentimento de tristeza. É mero remorso e lamentação.
Tamanha foi a gravidade
de sua culpa na traição de Jesus que também ficou escrito: “Ai daquele homem por
quem o Filho do Homem é traído! Bom seria para esse homem, não haver nascido”
(Mt 26-24b).
Atos 1.18,25 – Assim,
terminou Judas Iscariotes, optando pelo galardão da iniquidade, desviando-se,
seguiu o caminho tortuoso que escolhera. E, portanto, não foi um jogo de cartas marcadas.
Efésios 4.27 – Mais tarde Paulo
escreveria essa advertência, que serve para todos nós: “Não deis lugar ao diabo”,
pelo contrário, também recomenda Tiago 4.7 – “Sujeitai-vos, pois, a Deus: Resisti
ao diabo, e ele fugirá de vós”.
Pb. Samuel P M Borges
Bacharel em Direito e Teologia
Natal/RN – Abril 2020
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